CAPÍTULO I

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LOVE HURTS

"𝑂 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑐ℎ𝑢𝑐𝑎, 𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑎 𝑐𝑖𝑐𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧𝑒𝑠, 𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑓𝑒𝑟𝑒
𝐸 𝑝𝑟𝑒𝑗𝑢𝑑𝑖𝑐𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑐𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜
𝑄𝑢𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑜𝑢 𝑓𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑜 𝑠𝑢𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑔𝑢𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑜𝑟."

Enquanto caminhava pelos corredores de Hogwarts Harry finalmente sentia seus pulmões novamente, havia levado um tempo para que ele percebesse merecer respirar sem sentir um grande vazio no peito. Ele ainda estava lá, alguns dias sendo mais profundo do que em outros, mas agora o moreno havia aprendido que algumas coisas são destinadas a ficar e que cicatrizes não se curavam, mas também não machucavam mais. E a cicatriz dos sacrifícios feitos pela queda do Lorde das Trevas era enorme, ocasionalmente, quando acordava no meio da noite, Harry ainda podia sentir o cheiro de sangue e cinzas, "um dia de cada vez" ele dizia a si mesmo toda vez que isso acontecia.

Voltar a Hogwarts foi uma decisão difícil, era ainda mais difícil encarar aquelas paredes sem se lembrar da sangrenta batalha que havia acontecido ali, mas quando recebeu sua carta o convidando para um oitavo ano em Hogwarts ele não conseguiu negar a si mesmo o quanto queria voltar, afinal Hogwarts sempre foi a coisa mais próxima de uma casa que ele teve.

Nos primeiros dias de aula tudo parecia mórbido e sombrio, os fantasmas daquele lugar agora eram mais assustadores. 

Fred, Lupin, Tonks, Snape... Seus fantasmas eram mais brutais que o barão sangrento. 

Com o tempo as coisas foram se tornando mais leves, as feridas foram cicatrizando, afinal era seu último ano em Hogwarts, um último ano para finalmente tentar aproveitar a adolescência que nunca teve. Ele estava disposto a isso, afinal não tinha única preocupação no mundo, sabia que uma vaga no ministério já o aguardava assim que cruzasse as portas do castelo e há alguns anos ele aceitaria o cargo de auror sem pensar duas vezes, mas agora Harry já estava tão cansado de lutar. Mas ele descobriria algo, ele era Harry Potter, não era como se não tivesse muitas opções.

Naquela manhã de novembro, o moreno se encontrava no refeitório em frente aos seus inseparáveis amigos que pareciam agora não conseguir manter mais de cinco centímetros de distância um do outro. É seguro dizer que depois dos longos anos de relutância o relacionamento do ruivo e da garota estava indo mais do que bem, era claro que se amavam mais-que-tudo e Harry não podia estar mais feliz por eles, só gostaria de ignorar aquela voz na sua cabeça que o dizia que ele estava quebrado demais para ter aquilo, destruído demais para ter um amor que transbordava pelos olhos.

Com esse pensamento, desviou o olhar do casal e o levou até a Weasley mais nova que se sentava não muito longe de si, mas parecia mais distante do que nunca. Seu romance com a ruiva havia acabado mais rápido do que começado.

— Harry, vai comer isso? — Ron perguntou apontando para o doce de abóbora que Harry não havia tocado. Ele negou dando ao amigo permissão para pegá-lo para si.

— Você não se lembrou, não é? — Hermione perguntou parecendo finalmente acordada da distração que era seu namorado, arrancando uma expressão confusa do moreno. — Por Merlim, Harry! A sua parte do relatório de herbologia, não me diga que realmente se
esqueceu de fazer? Até Ron já entregou a dele. — A expressão da garota já assustava o menino, nem Tom Riddle o fazia tremer tanto quanto ver sua melhor amiga furiosa.

LOVE HURTS ➤DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora