KISS OF LIFE
Harry estava se esforçando muito para não pensar.
Ele simplesmente não estava mais se sentindo como ele mesmo. Porque o Harry Potter que ele conhecia nunca, e quero dizer, nunca mesmo, pensaria em Draco Malfoy como pessoa beijável. Então, quem diabos ele era agora?
Mas Harry estava tentando não pensar nisso, porque, honestamente, quanto mais ele pensava menos racional ele ficava, e então, quando todo o racional estivesse fora de seu corpo, ele se encontraria se perguntando como seria se Draco tivesse se atrasado por apenas um minuto... e esse era um caminho perigoso para ele.
Então, sim, ele estava tentando não pensar. E falhando. Miseravelmente.
Porque, questão é que, quanto mais você tenta não pensar em algo, mais esse algo específico fica na sua cabeça. Ou alguém específico. E quando esse alguém é Draco Malfoy é ainda pior.
Desde quando todas as árvores pareciam tão familiares com as roupas de Draco? Ou o céu tão parecido com os olhos dele? Ou a neve tão parecida com a sua pele? Essas coisas sempre foram familiares ou Draco simplesmente havia encontrado uma maneira de se amarrar ao cérebro de Harry?
Mas isso não era o pior. O pior é que era segunda-feira, cinco dias para o Natal, e naquela noite Harry teria que participar de sua reunião semanal com Draco Malfoy. E ele nunca entrou naquele quarto mais aterrorizado.
Ele abriu a porta em silêncio, pensando que talvez isso o tornasse invisível, não o fez. Porque o barulho da porta sendo aberta fez Draco rapidamente sair do banheiro onde ele estava anteriormente para atender quem estava lá. Ele olhou para Harry por um tempo, como fez nas primeiras vezes que o moreno fora visitar seu quarto. Como se ele não pudesse acreditar que ele estivesse lá.
— Uh, Oi! — Draco disse primeiro. — Você vai ficar aí ou vai entrar?
— Ah, sim! Certo! — Harry disse quando percebeu que não havia colocado coragem para mover os pés e depois forçou seu corpo a fazê-lo.
Oh, Merlin! E agora? Ele estava dentro. O que ele ia dizer? Sobre o que eles iriam falar? Harry sentiu que queria correr, e isso foi uma surpresa, porque Harry nunca sentiu vontade de fugir de nada ou de ninguém, mas ficar sozinho com Malfoy de repente o fez querer se esconder em algum lugar.
— Então eu estava pensando... você acha que é uma boa ideia eu fazer um teste para a equipe de quadribol da sonserina? Ouvi dizer que eles estão faltando um jogador que sofreu uma lesão. — Draco disse enquanto se sentava na cama com calma.
Draco estava realmente calmo? De jeito nenhum! Draco estava realmente pensando em voltar para a equipe da sonserina? De jeito nenhum mesmo. Mas o que ele deveria fazer? Sobre o que ele deveria falar? Para ser completamente honesto, ele nem esperava que Harry realmente aparecesse ali.
Draco também estava se esforçando muito para não pensar. Mas, você vê, não é tão fácil esquecer a visão dos lábios de Harry tão perto dos seus, ou a sensação da pele dele, ou que apenas por um momento (mesmo um falso) ele teve um vislumbre do que sempre quis.
Entretanto, Draco era bom em fingir. Em correr. Então, ele podia jogar o cartão da negação de "nada para se preocupar, nada aconteceu" para sempre, porque ele sabia que, se ele mencionasse o que aconteceu na floresta, Harry correria pelas colinas e Draco realmente nunca pensou que Potter poderia fugir de alguma coisa.
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LOVE HURTS ➤DRARRY
FanfictionDraco é diagnosticado com flores crescendo em seu peito e descobre que Harry é a causa e ao mesmo tempo a solução dos seus problemas.