CAPÍTULO XV

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JUST THE TWO OF US

Draco não queria ver Harry no dia seguinte.

Ou no dia seguinte, ou no dia seguinte... Harry já havia perdido as contas de quantas vezes o loiro havia fugido de seu olhar durante as aulas, ou ignorado suas tentativas de chamar a sua atenção no corredor. Harry também não compareceu ao dormitório do loiro durante aqueles dias, tanto porque era óbvio que Malfoy não queria vê-lo, tanto porque ele lembrava.

Merlim! Como ele lembrava e como ele queria esquecer.

Harry já havia decidido que cortaria definitivamente o álcool da sua vida, porque ele simplesmente havia fudido tudo. Estava tudo bem, nem ele podia acreditar estar tendo uma relação tão boa com Malfoy, por que ele teve que agir de um jeito tão estranho? Por que seu estômago teve que embrulhar quando ele viu Draco com aquela garota? Por que diabos ele não podia ter simplesmente ficado de bico fechado?

Ele sabia que eventualmente ele teria que voltar ao quarto do loiro, ele precisava. Quer dizer, não havia como esquecer o porquê dele estar ali todas as noites, ele não poderia deixar que um ato tão idiota quanto aquele fizesse a condição de Malfoy piorar, não depois de tanta melhora. Mas Merlim, onde estava o sua coragem grifinória para encarar Malfoy naquele momento?

Acima de tudo, Harry tinha um assunto importante para tratar com Malfoy. O recesso de Natal estava chegando e ele precisava saber se Draco decidiria ficar no castelo ou se ele partiria para a casa dos pais, e se caso escolhesse partir se essa decisão era realmente segura. A ideia de não estar por perto para salvá-lo não agradava Harry nem um pouco.

Decidiu por fim que falaria com o loiro assim que eles se encontrassem na sala de poções no terceiro período, talvez se ele tivesse sorte o suficiente, Malfoy agiria como se nada tivesse acontecido. Mas quando Harry adentrou as masmorras se surpreendeu ao não ver os fios loiros por ali. Disse a si que Malfoy só estava atrasado, que logo ele passaria por aquela porta com o sorriso debochado de quem não precisa dar satisfações de sempre. Logo. Harry esperou.

Mas a aula começou e Malfoy ainda não estava lá, os caldeirões foram preparados e ele ainda não estava lá, a poção de Hermione estava quase pronta, mas Draco ainda não estava lá. Algo no estômago de Harry lhe deu em empurrão, algo que ele não sabia nomear, mas que fez ele sair da sala de aula em um furacão sem dar atenção ao professor Slughorn que gritava o seu nome. Malfoy nunca perderia uma aula de poções, exceto se...

Harry não acredita que já tenha subido aquela torre com tamanha velocidade, ele sabia que ficar afastado de Malfoy traria consequências, sabia que devia ter enfrentado o loiro e falado a verdade. Mas qual era a verdade? Harry se perguntava. No fundo, ele sabia que era por isso que estava evitando procurar o sonserino, porque não sabia responder às perguntas que ele faria, as mesmas perguntas que Harry estava fazendo a si.

Não demorou para que chegasse aos aposentos do mais velho, se apressou em abrir a porta. Trancada.  Por mais que ele girasse a maçaneta, a porta continuava trancada. Harry já estava se dirigindo ao ambulatório, na certeza que encontraria Draco lá, agonizando. Mas um som de dentro do quarto fez com que ele voltasse, um som que não agradou Harry nem um pouco.

Se colocou em frente a maçaneta novamente, pondo mais força para que ela cedesse, mas os duzentos anos de ferrugem daquele castelo pareciam muito resistentes. Puxou então a varinha das vestes, e lançou um Alohomora finalmente vencendo a batalha contra aquela maldita tranca. Mas quando puxou a maçaneta mais uma vez, a porta ainda não abriu, mas ela não estava mais trancada, Harry sabia. Sentia uma pressão do lado de dentro do quarto toda vez que ele tentava puxar a porta, um serzinho abençoado a puxava de volta, forçando-a permanecer fechada.

LOVE HURTS ➤DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora