TOUCH ME
A dor de cabeça só não era maior que a dor no abdômen de Harry.
Não se perguntou onde estava, estava desacordado e dolorido após uma partida de quadribol ele só podia estar em um lugar.
A última coisa que ele lembrava era de ser atingido por um balanço e bem aquilo já era o suficiente para explicar a dor e Harry já estivera tantas vezes naquele lugar que definitivamente poderia reconhecê-lo só pelo cheiro. Ele ainda não queria abrir os olhos, estava cansado e podia sentir os ossos das suas costelas.
A cama ao lado sofria do mesmo problema, dor, mas em uma escola muito maior do que Harry podia imaginar.
Nessa altura Malfoy esperava que se acostumaria com a dor, mas a cada dia estava pior e ninguém parecia estar preocupado o suficiente para explicar-lhe o porquê, não que ele se surpreendesse com isso não era a primeira vez que ele tinha que lidar com as suas dores sozinho, o problema é que quando a dor é física não dá para esconder, ou ignorar, ou fugir dela. Se desesperava ao pensar que aquela seria sua vida, mergulhado em dor sem sentido e agonizante que talvez ele merecesse.
Parecia que mil bruxos haviam lhe lançado a Maldição Cruciatus de uma vez, se a dor o permitisse ele até poderia imaginar o brilho da varinha se chocando com o seu corpo. Mas doía demais para imaginar, dois demais para se distrair e doía demais para ficar calado o que ele estava tentando com todas as forças porque ele sabia ter alguém no leito lado, alguém que havia se machucado na partida de quadribol e ele estava com as cortinas abertas e realmente não queria chamar atenção para si, mas estava em completa agonia.
Os sons dolorosos já incomodavam Harry que desejou ter dormido um pouco mais. Primeiro para não ter que sentir o feitiço incompleto sendo realizado em suas costelas e segundo para não ter que ouvir a alma ao seu lado que gemia em agonia provavelmente desde antes dele acordar. Certamente algum outro jogador machucado, a ala hospitalar ficava normalmente cheia deles depois de uma partida e hoje estava surpreendentemente vazia o que indicava que o jogo havia acabado rápido e isso provavelmente significava a derrota da grifinória então você deve entender a sua chateação por ter que ouvir piamente lamentações dolorosas constantes que seriam tortura para qualquer pessoa sã. Harry não lidava bem com a dor alheia, não era da sua natureza assistir alguém ser machucado e não fazer nada para impedir por isso era tão difícil se forçar a ouvir, porque ele não fazer nada e Harry odiava mais-que-tudo ser impotente.
Abrindo os olhos lentamente lutando contra sua miopia tentava se acostumar com a iluminação do local, ótimo agora seus olhos também doíam. Reconheceu imediatamente a ala hospitalar de Hogwarts, que não era muito diferente de qualquer hospital, cheirava esquisito por isso era tão reconhecível e era terrivelmente branca. Colocou seu foco no leito ao lado dele que assim como o seu estava desprotegido de cortinas, tentou reconhecer a pessoa que estava ali, mas com seus seis graus de miopia enxergava somente um borrão, mesmo assim podia ver que quem quer que fosse estava em agonia então preferiu não olhar.
— Vejo que está finalmente acordado. — Madame Pomfrey apareceu em seu campo de visão com um sorriso caloroso checando sua temperatura — Fazia tempo que não lhe via por aqui, Sr. Potter.
"Potter? Tem que ser brincadeira!" Malfoy pensou, de todos os alunos de Hogwarts do seu lado, ouvindo todas as suas lamentações de dor estava o último que ele queria que estivesse. O universo realmente não estava em bons termos com ele, Draco só esperava que Harry não tivesse o reconhecido, o universo lhe devia essa.
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LOVE HURTS ➤DRARRY
FanfictionDraco é diagnosticado com flores crescendo em seu peito e descobre que Harry é a causa e ao mesmo tempo a solução dos seus problemas.