CAPÍTULO XII

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LAY ALL YOUR LOVE ON ME

— Então? O que temos para hoje?

Harry disse assim que entrou no quarto sentando de frente para Malfoy na janela saliente, no chão havia um pequeno monte de livros e quando Harry não obteve resposta do sonserino ele se aproximou o suficiente para checar o título do livro que o loiro tinha em mãos.

— Nicolau Copérnico? Você vai frequentar astronomia também?

— A sala é no ponto mais alto da torre mais alta de Hogwarts, o que você acha? — Draco respondeu sem tirar a sua atenção do livro em mãos fazendo Harry revirar os olhos.

— Então por que está lendo isso?

— Por um acaso, eu gosto de astronomia. — Harry fez uma careta ao ouvir a resposta.

— Por quê?

— Você está cheio de perguntas hoje, não é? — Draco respondeu fingindo estar concentrado em seu livro tentando evitar a pergunta, ele não gostava que as pessoas soubessem muito sobre si. Informação é poder e Harry já tinha poder suficiente sobre ele.

— Só tentando passar o tempo e também... bom, precisamos de algo para conversar, não é?

— Por que não falamos sobre você?

— Você quer falar sobre mim?

Quero.

— Absolutamente não.

— Foi o que eu imaginei.

Um silêncio logo percorreu o quarto, trazendo consigo todo o constrangimento de pessoas por todo o mundo que simplesmente não sabiam o que dizer e colocando naquele pequeno espaço da janela saliente entre Harry e Draco. O desconforto era quase palpável, não era assim nos primeiros dias, era tão novo e irritante para Harry ficar perto do sonserino que ele nem percebeu o quão constrangedor poderia ser. No entanto, agora que eles foram obrigados a deixar a amistosidade de lado ficou evidente que a relação dos dois era tão rasa que eles nem conseguiam ter uma conversa casual, não sem insultos, provocações e a mais recente adição: revelações de tremer à terra. Ou melhor, de tremer Harry Potter.

— Obrigado. — Harry disse se lembrando da aula de poções e rezando para isso libertar aquele monstro do desconforto que havia pairado sobre eles. Olhou para Malfoy que tinha finalmente colocado seus olhos nele, mas Harry desejou que não tivesse, pois, ele tinha os olhos arregalados e a boca levemente aberta e o moreno não sabia identificar se ele estava com raiva ou só surpreso. Ou os dois.

— O quê? — Draco respondeu em voz baixa.

— Você sabe, na aula de poções hoje, eu realmente não sabia a resposta...

— Nada de novo, então. — Draco interrompeu ainda incrédulo, Harry Potter havia acabado de agradecer-lo?

— Cala a boca! — Harry respondeu sem irritação. — De qualquer jeito obrigado.

Oh! Merlim! Ele disse de novo! Harry Potter realmente estava agradecendo Draco Malfoy por algo, em que universo paralelo eles estavam?

— Bem... De nada? — Draco respondeu mais como uma pergunta do que uma resposta, se amaldiçoando logo após se esconder atrás de seu livro novamente. Em sua defesa ele foi pego de surpresa e bem, Malfoy era uma pessoa preparada, mas nem em um milhão de anos imaginaria um cenário da sua vida onde o menino que sobreviveu estaria lhe agradecendo por algo.

No entanto, supunha que Draco estava vivenciando muitas coisas das quais nunca imaginou, também nunca havia imaginado se tornar um recluso, ou contar a Harry sobre o seu passado ou sobre o que ele sentia ou simplesmente isso. Sentar a lado de Harry Potter e apreciar o extremo desconforto como vista já era algo que nunca cruzaria sua imaginação. Para Malfoy, Harry e ele viveriam em realidades diferentes, até o fim dos tempos, ele estava para sempre condenado a esperar por alguém que não existia no seu mundo, pior, alguém que era proibido lá.

LOVE HURTS ➤DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora