CAPÍTULO VIII

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ENJOY THE SILENCE

Quarenta minutos.

Já haviam se passado quarenta minutos desde que Harry entrou no quarto do sonserino que estava irritante de tão arrumado. Não era um quarto excepcionalmente grande, se parecia com os quartos do dormitório, mas menor e somente com uma cama de casal forrada com lençóis azuis, um guarda-roupas marrom do lado direito e do lado esquerdo estava à janela-saliente que fazia vista para o Lago Negro que refletia o céu daquela noite que tinha 157 estrelas e Harry ainda estava contando. Havia também uma lareira de frente a cama e uma porta ao lado que Harry imaginou que levasse ao banheiro.

Harry não esperava que Draco o recebesse com o mínimo de gosto, não mesmo. Mas também não esperava que o loiro fosse simplesmente ignorar sua presença e se enfiar em uma pilha de livros que pareciam principalmente voltados para a medicina bruxa. Desde quando Draco se interessava por  aquilo de qualquer forma? Não interessa. Estava feliz por Draco estar o ignorando porque quando ele estava de boca fechada Harry ele não precisava controlar a sua vontade de partir para briga em cada comentário do loiro, mas também se sentia estranho. Era estranho ser ignorado por Malfoy.

Estava lutando com o sono e aparentemente contar estrelas tinha o mesmo efeito que contar carneirinhos porque Harry sentia os olhos pesados, se levantou da janela saliente e se jogou na cama perfeitamente feita do loiro sem pedir nenhuma permissão o que pensou que poderia irritar Draco o suficiente para lhe chamar a atenção, mas nem isso o fez tirar os olhos daqueles malditos livros. Estava encarando o teto do quarto se sentindo extremamente desconfortável e surpreso, estar perto de Malfoy sempre fora tudo menos tedioso.

Já sentado no chão encostado na cama de frente para a lareira e de costas para Harry, Draco tinha uma vontade imensa de gritar com o moreno que não parava de mexer em sua cama excepcionalmente arrumada, mas se segurou como havia se segurado por todo aquele tempo. Tinha medo de começar a falar e mais uma vez dizer algo que não devia na hora da raiva, porque sim, ele sabia que assim que um dos dois abrisse a boca era questão de tempo para eles entrarem em uma briga e finalizarem a noite possessos de raiva. Então, por mais difícil que fosse e por mais que Draco adorasse ver a cara de bravo do moreno e sentisse falta daquilo, ele o ignorou completamente e por sua sorte Harry não tentou se aproximar.

Estranhou quando, depois de algum tempo, a cama parou de ranger como se um grifinório hiperativo tivesse finalmente se acalmado. Virou-se lentamente e espiou de canto de olho o moreno que se encontrava dormindo da maneira mais atrapalhada que Draco já vira. Tinha a boca levemente aberta, a perna esquerda um pouco levantada, com a mão direta abraçava o travesseiro e a esquerda repousava perto do tronco, os óculos que ainda repousavam em seu rosto se encontravam tortos. Adorável, adorável até demais.

Draco respirou fundo tendo uma ideia e torcendo para que desse certo, pegou um dos travesseiros que Harry não havia agarrado e não hesitou em jogar no moreno, voltando a se sentar novamente no seu local de origem como se nada tivesse acontecido.

— Você me bateu? — Perguntou Harry irritado com a voz ainda grogue.

— Não sei do quê está falando, Potter. Eu não saí daqui. — Draco disse sem nem tentar esconder o sorriso já que o mais novo não podia vê-lo.

— Eu podia jurar que... — Harry tinha certeza que havia acordado no susto de algo macio atingindo o seu rosto.

— Você deve ter sonhado. Falando nisso, quem te deu permissão para dormir na minha cama? — Draco mudou de assunto antes que fosse pego.

— Ah! Me poupe, Malfoy. — Harry respondeu se levantando. — Que horas são?

— Meia-noite e quarenta, você dorme demais. — Tornou Draco desinteressado sem tirar os olhos do livro de feitiços que havia pegado.

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