Capítulo I

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Aᴏs ᴀʀʀᴇᴅᴏʀᴇs ᴅᴀs províncias de Mírva, no reino de Greenwich, a felicidade da Família Real se encontra acentuada. O novo membro finalmente está a caminho.

Em um quarto real, a rainha dá à luz ao seu segundo filho. Após algumas horas de apreensão, ouve-se um choro. Sorrisos se abrem na boca de todos que conseguem ouví-lo.

Uma serva enrola a nova criança em um pano e o envolve em seus braços, acalmando-o. Ela sai do quarto com uma expressão que o rei, de imediato, não compreende.

─ É um lindo menino, Majestade ─ diz, indo na direção de seu rei.

─ Deixe-me segurá-lo ─ ele solicita, estendendo seus braços.

A serva, então, entrega o menino nos braços do pai. O rei o segura e olha em seus olhos, mesmo com o pequeno os mantendo fechados.

─ Se chamará Connor. Será inteligente para ajudar seu irmão em seu reinado ─ ele profere, sorrindo para o filho e, após, para a serva ─ E Izabel? Como está?

─ Bem ─ pronuncia apenas o necessário, temendo falar além do que lhe é permitido. ─ Estão tomando os devidos cuidados com ela, senhor.

O rei assente, a fazendo retornar ao quarto de onde saiu. Depois, vai até a sacada, ficando de frente para todo o povo, que esperava, ansioso, por notícias do recém-nascido.

─ Atenção, povo de Greenwich! Vos anuncio que acaba de nascer o mais novo príncipe do reino! ─ apregoa, estendendo seu filho à frente de seu rosto, para que todos o possam ver.

A população celebra com gritos e saudações, bajulando-os fervorosamente. A festa é tão grande, que de outros reinos é possível de se ouvir sua felicidade.

Atravessando os muros, uma mulher no reino de Kindell escuta o alarido através  de sua janela.

─ O que está acontecendo? ─ indaga, atrás dela, uma anciã.

─ Estão festejando ─ responde a anterior,  saindo de perto da janela, enquanto dobra um retalho desgastado com as mãos. ─ Para terem toda essa animação, alguém foi coroado ou nasceu da Família Real

─ Bando de cegos e iludidos ─ murmura a vetusta, tomando o pano da outra e, em seguida, envolvendo a bebê no mesmo. ─ Como está se sentindo, Emily?

─ Acho que está cansada demais para responder ─ retruca a jovem.

Ela minha até a porta, para dar as boas notícias a James, que esperava ansiosamente por sua esposa, do lado de fora.

─ É uma menina, Emily; linda. Consegue segurá-la?

─ Acho que sim─ fala, abrindo um leve sorriso. ─ Me dê ela.

A mulher anosa entrega a menina nos braços de sua mãe. Nesse mesmo momento, a moça que fora abrir a porta, acaba de liberar a passagem.

Nervoso, opta por nada dizer. Apenas sorri e caminha até Emily, ainda sentada sobre a cama. As duas outras, então, saem do quarto, os deixando a sós.

James senta-se ao seu lado, a deixando apoiar sua cabeça em seu ombro. É visível a felicidade de ambos. Tudo se encontra perfeitamente apropriado para que essa imagem se esculpa, pela eternidade, em qualquer memória ao mínimo complacente; mesmo com o cheiro de carniça perturbador, que perpetua no ambiente e entra através da pequena abertura da janela, pela manhã.

─ De quem será que puxou essas mechas de cabelo platinadas e avulsas? ─ inquire, tocando as mesmas, ainda minúsculas.

─ Não faço ideia ─ replica. ─ Mas o cabelo marrom-acinzentado é meu.

Our Reign - The Resistance (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora