Capítulo VII

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Aʙʀɪɴᴅᴏ ᴏs ᴏʟʜᴏs, vê-se sozinho na sala. Não só pela ausência de pessoas, como, também, de sons. Está acostumado com isso, mas sempre há pequenos ruídos saindo de alguma lugar. Exceto por esta vez.

Sente como se tivesse sido esmagado por um grande transporte, mas não será isso que o impedirá de levantar. E assim faz. Em poucos segundos, já estava chegando no corredor.

Antes decidiu checar e, como já imaginava, não havia, também, ninguém presente nos corredores. Isto sim é estranho. Será que algo aconteceu, e apenas ele ficou para trás? Talvez, até mesmo uma rebelião. Saca sua espada, que estava no canto do local, e a empunha, levando-a consigo.

O silêncio é tão profundo, que se transforma em um zumbido perturbador, edificado pelo eco que consumia o lugar dentro das paredes fortificadas.

Após algum tempo, ouve-se pequenos burbúrios, vindos atrás de uma porta de madeira. Se aproxima dela, a abrindo poucos centímetros, mas que já é o suficiente para compreender o que se passa lá dentro.

─ Creio que escapamos ─ afirma um homem. ─ Finalmente virá o fim das monarquias.

─ Temo que descubram a verdade ─ aparentemente, está muito nervoso. Suas mãos tremem e sua expressão é de completa angústia. ─ Será que dará certo?

Possui apenas um bracelete em um dos pulsos. Diferentemente do outro, que a quantidade está completa.

─ Se continuar assim, é óbvio que não dará. ─ irrita-se. ─ Controle-se!

"Bem, então há algo a ser escondido aqui", pensou.

Fecha, lentamente, a porta, para não ser visto. Pode ser perigoso permanecer tão exposto, então decide voltar à sala de onde veio. Esse momento é tão incomum, que nem sequer os pássaros estão cantando. Não há barulhos de portões se abrindo, nem de gritos de protestantes.

─ Vamos, o rei está esperando! ─ ouve uma voz vindo do andar de baixo, seguido por uma batida de algo sendo fechado.

Como pudera o rei estar esperando por alguém, se não há ninguém? Só poderiam, então, estar todo num mesmo lugar. Mas o que teria de tão importante?

Espia o andar sob seus pés, através de uma brecha entre os degraus da escada, que leva para o local. E, para sua surpresa, tudo, de repente, fez sentido. Como não havia pensado antes?! Hoje é o dia do julgamento!

Franze suas sobrancelhas, com receio do que possa acontecer, e logo se põe a descer a escada, chegando no andar de baixo. Ao menos esperar, percebe a presença de corpos no chão. Pessoas que estavam usando vestimentas típicas de espiões. Talvez estivessem tentando libertar alguém, mas foram mortos antes.

─ Ei! ─ exclama, chamando a atenção dos guardas, que já estavam deixando o andar por outra saída.

─ Sinto muito, senhor, não podemos parar agora ─ afirma, parando por segundos.

─ Deixem-me falar com ela ─ pede, se aproximando.

─ Senhor..., não creio que seja o momento para isso ─ diz, segurando mais fortemente sua espada em sua cintura.

─ E que outro momento sugerem? ─ pergunta, fazendo o mesmo.

─ O senhor não possui poder nesse reino ─ ameaça, pondo seus olhos quase ao ponto de cerrá-los por completo. ─ Por favor, saia de nosso caminho.

Our Reign - The Resistance (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora