Our Reign - The Resistance (Livro 1)

Capítulo XVII

Esᴛᴀᴠᴀ ᴊᴜɴᴛᴀɴᴅᴏ ᴍɪɴʜᴀs ᴄᴏɪsᴀs enquanto o dia amanhecia. Querem livrar-se de nós o mais rápido que podem. E confirmo que o sentimento é recíproco. Ao menos da minha parte.

Não aconteceu nada de bom em todo esse período que estive aqui. Kindell foi atacado, presenciei uma morte em praça pública e fui obrigada a terminar uma amizade que me fazia bem. Aliás, muito bem. Tenho sentido sua falta, curiosamente.

Sei que o certo a fazer foi afastar-me, mas confesso que tenho saudades de sua companhia. Não era como minhas outras amizades. Era diferente. Um outro mundo. Talvez seja por isso que não tenha dado certo.

Achei que tivesse se esquecido, mas falou sobre mim para o rei. E isso não faz o menor sentido. Nem a conversa que tiveram lá. O que houve com sua mãe? Quem seria esse vidente? Por qual motivo Richard se arrepende de tê-lo escutado? E o mais estranho: por que Connor tem tanto medo de seu pai?

Queria ir até ele e obter todas essas respostas, mas meu orgulho é grande o suficiente para não fazer isso. E também temo por nós. Pelo que vá fazer. Em todo caso, não tenho escolha. Partirei daqui uma hora.

─ Finalmente a encontrei! ─ Dean rompe pela porta.

─ Que merda, Dean! ─ reclamo, depois de me assustar.

─ Nossa... Me desculpe ─ ele faz um sinal de rendição, vindo até mim. ─ Não tinha a intenção de te dar um susto.

─ Está tudo bem ─ eu relevo. ─ O que quer?

─ Ver-te ─ diz, apoiando suas mãos em minha cintura. ─ E avisá-la que estão nos convocando lá embaixo.

─ Certo... ─ concordo, checando com os olhos se não estou me esquecendo de algo. ─ Não vai arrumar suas coisas?

─ Já arrumei. Há horas.

─ Era o que eu imaginava.

Ele sempre é extremamente organizado e regrado. Às vezes chega a ser chato.

─ Estava sentindo sua falta ─ sinto seu olhar sobre mim, mas estou concentrada demais para retribuí-lo.

─ Eu também ─ retruco, sem muitos rodeios.

─ Tem certeza que era de mim? ─ pergunta, cinicamente.

Olho para ele por cima de meu ombro, e suas expressões são sérias. Ele realmente está falando sobre isso. Aqui. Agora.

─ De novo? ─ indago, tediosamente.

─ Até que você note.

─ Do que você está falando? ─ mais uma vez me aborreço com esse assunto. ─ Onde quer chegar?

─ Eu não queria te acusar de algo tão grave, mas... ─ retira suas mãos de mim, respirando fundo. ─ não acho que seja mais prudente esconder essa opinião.

─ Fale de uma vez.

─ Acho que ele gosta de você. E você dele.

Engulo seco.

─ Claro que não, Dean! ─ irrito-me, andando de um lado a outro. ─ Você ficou maluco?!

─ É o que parece, Ayla ─ defende seu argumento. ─ Vocês se olham como se estivessem sofrendo. É ridículo.

─ Como você...?

─ Todos já perceberam ─ interrompe. ─ Não somente eu.

─ Todos? ─ estarreço-me. ─ Então por que foi o único a vir falar comigo?