XII. Banheiro do Quinto Piso

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HARRY JAMES POTTER - P.O.V

Assim que saí da aula de DCAT, senti dois puxões fortes em meus braços e um feitiço não-verbal que me deixou sem a habilidade de fala, que eu logicamente desviei rapidamente com um feitiço de proteção. Meus braços foram acorrentados e um saco foi colocado em minha cabeça, me deixando sem a visão do que acontecia.

Mas eu tinha um vago pressentimento de quem era que estava me segurando. Só duas pessoas na escola fediam a cocô de trasgo daquele jeito.

— Crabbe, Goyle, para onde estão me levando? — indaguei calmamente, ouvindo alguns ofegos vindo das duas antas.

— Quê? Como você sabe que somos nós? — disse Crabbe abismado.

— Seu idiota, não era para ele saber! — afirmou Goyle. — Não somos nós, Potter. Você está delirando.

Ri alto ao ouvir aquilo. Poderia existir alguém tão burro quanto os dois? Eu tinha minhas dúvidas.

— Céus, os gnomos de jardim são mais inteligentes que vocês dois — retruquei, aproveitando o passeio nos braços dos dois. — Então, o que Draco quer comigo?

— Cara, ele está me dando medo — sussurrou Goyle. — Como ele poderia saber disso?

— Será que é a Hermione sob a poção polissuco? — perguntou Crabbe, parando no meio do corredor e cutucando as minhas partes de baixo, especificamente o meio das minhas pernas.

— EI! — resmunguei, sentindo-me aliciado, mesmo que eles tenham cutucado levemente apenas com a varinha e não propriamente com as mãos. — Isso foi rude, senhores!

— Cala a boca, mestiço idiota — vociferou Crabbe, apertando mais os meus braços, causando uma dor fina. 

— Eu vou enfiar meu pé tão forte na sua bun...

— Potter! — exclamou Draco, tirando o capuz preto da minha cabeça e devolvendo minha visão aos poucos.

Os óculos estavam tortos no rosto e meus cabelos estavam espetados pelos lados. Observei o banheiro da Murta-Que-Geme e os pingos que estavam irradiando por todo o banheiro naquela constância irritante.

Draco estava com seus paletós pretos de costume, deixando-o mais gostoso possível com aquele ar de Poderoso Chefão — um filme trouxa que assisti com Sirius — e os cabelos naquela arrumação irritante. Eu realmente tinha um namorado bonito.

O pensamento me fez sentir amuado. Como será que Dray deveria estar?

— Panacas, eu disse que não era para ele saber que eram vocês! — brigou Draco, deixando dois tapões na cabeça dos idiotas e me soltando.

Cai que nem um saco de batatas no chão, arrumando minhas vestes ao levantar radiante. Aquele clima todo de Draco bravo e afins me deixava um pouco excitado.

Precisava me focar que aquele não era o meu Draco, apesar de ser uma delícia sem tamanho.

— Vocês precisam ter uma aula de etiqueta — disse polidamente, levantando-me e tirando a poeira que estava em meus ombros, ajeitando a minha postura. Fiz minha melhor expressão sonserina e encarei o loiro. — O que quer, Draco?

O loiro semicerrou os olhos, desconfiado. Ele parecia analisar até a minha alma com aquelas safiras e observando a minha pose, como se eu estivesse com alguma doença.

— Malfoy para você — corrigiu rudemente, deixando-me levemente mais excitado. — Eu quero saber quem você é.

A fala me fez erguer a guarda. Merda. Ninguém podia saber que eu era de outra realidade, e levando em conta dos boatos que corriam aqui e do soco que eu levei daquele loiro gostoso, confiança não era algo a se pensar no momento.

Harry Potter Através do Espelho | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora