VIII. 7 Minutos no Paraíso

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HARRY TIAGO POTTER - P.O.V

Acordei com uma dor de cabeça chata, latejante e resmunguei, me virando na cama e enfurnando minha cara no travesseiro.

Foi questão de cinco segundos perceber que algo estava faltando ao meu lado. Especificamente um loiro manhoso e irritante que reclamava demais durante a manhã.

— Draco? — chamei pelo quarto com a voz rouca e arrastada, recebendo apenas o silêncio em resposta.

Franzi o cenho e me levantei rapidamente, andando devagar até a porta do banheiro e encontrando o loiro debruçado no vaso vomitando tudo o que podia.

— Sai — pediu vomitando até as tripas. — Você não precisa ver isso.

Me retirei do banheiro e fui em busca de alguma poção revigorante e um chá para ajudar na ressaca dele, agradecendo aos céus por ser domingo e não termos aula.

Ouvi batidas leves na porta e uma voz conhecida por mim me chamar:

— Querido, eu trouxe a poção de Draco — disse Remus.

Poção? Que horas eram? Levei quase um susto ao perceber que já passava da hora do almoço.

Abri a porta para meu padrinho e o vi entrar com um semblante irritado e eu senti que iria levar uma bronca daquelas.

— Sinceramente, Potter! — ralhou nervoso. — Sabe muito bem que Draco não tem uma resistência boa para bebidas alcóolicas e você o embebeda assim? NA LONDRES TROUXA?

Coloquei as mãos no ouvido blindando minha audição, sentindo que provavelmente eu ficaria surdo se Remus continuasse com aquele tom de voz extremamente agudo.

— Padrinho — gemi. — Não tem como brigar comigo depois?

— Agora você vai ouvir...

E ele exercitou bastante as papilas gustativas com o incessante monólogo sobre como eu era um sonserino estúpido e irresponsável por ter dado bebida ao meu namorado que aparentemente não pode beber por problemas de gastrite.

E como raios eu iria saber?

— Terminou de brigar com eles já? — perguntou Sirius entrando no quarto com uma feição de zombaria.

Revirei os olhos, irritado com a intromissão deles e a minha dor de cabeça ter piorado depois da briga.

Draco saiu do banheiro com as mãos na barriga e com uma expressão horrível. Olheiras profundas e o cabelo sempre impecável estava destruído.

— Você está péssimo — disse a Draco que me deu o dedo médio, se jogando na cama e gemendo.

— Acho que vocês fizeram mais do que beber — insinuou Sirius se jogando em cima de Draco e só ouvi uma palavra bem rude do loiro pelo atrevimento.

— Chama meu padrinho — pediu Draco.

Às vezes eu me esquecia que existia o Snape nessa realidade e que ele não era tão... intragável quanto na outra realidade.

Ainda assim continuava um porre.

— Para de ser manhoso — ralhou Remus, mas se aproximando do garoto e selando a testa carinhosamente, puxando Sirius de cima dele pelas orelhas. — Se você quiser matar nossos filhos, você avisa antes.

Era uma coisa estranha ainda ouvir que eles se dirigiam a nós como "filhos". Lógico que não no sentido total da palavra, mais algo como afeto do que qualquer coisa. Levando em conta que namorávamos, era no mínimo desconcertante.

Harry Potter Através do Espelho | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora