Harry Potter Através do Espelho | DRARRY

XLVII. E ao pó voltaremos a ser

Leiam com Way Down We Go - Kaleo e no final quando tiver esse pontinho no meio * coloquem Urias - Diaba.

A experiência é incrível!

Boa leitura, y'all.

HARRY TIAGO JAMES POTTER - P.O.V

Nunca pensamos muito sobre o quanto as pessoas são importantes para nós.

Às vezes fica subentendido. Nas entrelinhas.

Tem certas vezes que não sentimos necessidade de verbalizar e a importância é apagada. Ou essa pessoa se esvai... lentamente. E você se arrepende.

Afinal, nós sempre arrumamos um jeito de nos culpar pelas artimanhas do destino.

Seria alguém capaz de racionalizar e entender que a cada momento em que eu o encarava, isso significava um 'eu te amo' dito de forma subjetiva e seca?

As guerras tornam as coisas tão quentes. Tão quentes.

E no momento em que você quase perde alguém, e estou falando de pessoas que significam o mundo para você, vem à tona a questão do porquê eu não disse.

O que custava eu ter... dito. Mesmo que eu dissesse.

— Você está bem? — perguntou Draco preocupado.

Ainda era estranho encarar ele.

O cabelo antes loiro e brilhante, tinha virado uma bagunça de mechas pretas e loiras. O contraste perfeito com o rosto que ele tinha.

Me perdia facilmente nas nuances daquele cara. Tudo era magnético.

— Assimilando. — Foi a única coisa que consegui verbalizar.

E ali, no meio de sonserinos, as pessoas que eu mais odiava e as que mais lutavam ao meu lado, eu entendi pequenos pedaços da vida.

Eu amava Draco.

Sirius. Remus. Izzy. Moony. Blaise. Rony.

E mais que tudo, eu me amava.

— Não vai sozinho lá — cortou Sirius bruscamente.

Sorri.

— Eu sou Harry James — pontuei óbvio. — Lógico que não vou lá de graça. Precisamos montar um plano.

Eu tentava ignorar o olhar de Draco sob mim.

Ele parecia entalado, mas eu realmente não conseguia processar que tinha quase o perdido. Eu queria enfiar mais um pouquinho a sensação de angústia para dentro do peito.

— Hazz — chamou Draco, mancando em minha direção. — Podemos conversar?

Ponderei, pensando seriamente se queria aquele diálogo ou não.

Eu tinha uma incrível capacidade de fugir dos meus problemas e isso nunca me acarretou nada de útil.

Sabe quando você só sente que deve ir, mesmo quando não quer?

— Sim — confirmei e me afastei um pouco.

A Torre de Astronomia estava aos pedaços, mas por incrível que pareça, é minimamente confortável de se estar. Gostava de lá.

Sentei na beirada, encarando os destroços de Hogwarts abaixo de mim.

Guerras... tão inúteis.

Draco sentou ao meu lado e me encarou receoso, parecendo com medo de algo. Ou de mim.

Deveria estar sendo assustador assimilar tudo aquilo. Pais mortos, ser um espião, o último elementar de raios e ainda por cima ter que lidar com um namorado condenado a um assassino.