II. Final do Arco-íris

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HARRY TIAGO POTTER - P.O.V

Olhei para trás e a barreira do espelho ainda estava rasa, podendo ver Hermione encarando o espelho assustada. Tentei me comunicar com ela, mas minhas tentativas foram falhas.

Eu estava preso.

Analisei o lugar e me surpreendi ao ver que era Hogwarts, aparentemente. Estava no corredor que ficava perto das masmorras e o espelho desapareceu, levando junto a minha esperança de ir embora daqui e a espada.

Sem alternativas, resolvi explorar o mundo que tinha. Com a varinha em mãos, escutei passos calmos e um assobio cantarolante vindo pela frente.

Me escondi atrás de uma armadura e esperei pacientemente qualquer criatura passar, rezando para que seja algo que eu consiga enfrentar sozinho.

Eu estava morrendo de medo.

Apesar de ter enfrentado diversas vezes monstros sozinho, eu nunca tive que enfrentar monstros sem literalmente ajuda nenhuma. Sempre tive Hermione e Ronald para me ajudar em ideias ou até mesmo na coragem.

Eu era uma farsa de grifinório.

— Ei! — cumprimentou-me, feliz, uma cabeleireira muito bem conhecida por mim.

O loiro parecia que brilhava e um sorriso sapeca enfeitava os lábios róseos do garoto. Fazia um bom tempo que eu não via aquele sorriso pleno e animado no rosto de Malfoy.

— Você que me prendeu aqui, Malfoy? — perguntei, entredentes, jogando o corpo do loiro para a parede bruscamente.

Malfoy me encarou sem entender do que eu estava falando mas logo soltou uma risadinha maliciosa, parecendo que tinha acabado de compreender o rumo dos meus atos.

Logicamente, ele entendeu aquilo de forma completamente errada.

— É uma fantasia sua? — questionou com luxúria. — O malvado que prende o pobre menino contra as paredes e o ameaça? Porque se for, estou dentro.

Franzi o cenho. Mas que diabos aquele loiro desmiolado estava falando?

— O quê? Lógico que não — neguei veemente, ainda segurando ele muito próximo caso o mesmo pense em fugir.

— Então por que me prendeu aqui? — perguntou parecendo agora confuso. — Pansy te contou, não foi? Que menina fofoqueira!

A feição do loiro se retorceu em ira, mas logo se desfez, mirando os olhos temerosos em mim.

— Ei, babe, tem como você me soltar? Está me machucando — pediu, passando os dedos delicadamente pelo meu braço. Aquele toque me deixou extremamente desconfortável, então eu o soltei.

— Parkinson não me contou nada — afirmei. — Onde eu estou?

— Para de brincadeira. Temos aula do Snape agora e você sabe como ele fica quando você chega atrasado e ele tem que fazer a Sonserina perder pontos. — Me puxou pelo braço e saiu me arrastando até a sala de poções.

Fazer a Sonserina perder pontos? O quê? Eu não estava entendendo nada. Principalmente o fato do idiota não conseguir ficar mais de cinco minutos sem tocar em mim.

Desde o começo da nossa interação ele não conseguiu se manter distante por muito tempo.

— Draco! Te achei — disse Pansy Parkinson, ofegante pela corrida. — Oi, Harry, preciso roubar seu namorado por alguns minutinhos.

Senti o sangue sair do meu corpo e uma leve tontura se apossar de mim. Namorado? Eu? Gay? Aquilo parecia cada vez pior. Era o pior tipo de tortura, eu tinha certeza.

Harry Potter Através do Espelho | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora