Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída

Quero que me faça sorrir nesses momentos

Narração por Paloma:

É minha quarta noite nesse lugar e o céu continuava o mesmo, cheio de estrelas brilhantes que pareciam cantar em meio a escuridão, a água se movimentava indo e vindo pela areia e o som do mar com o silêncio da noite, eram como música para meus ouvidos. Agora deve ser umas uma da manhã e tudo ainda estava calmo no inicio da madrugada. Não estava me aguentando no quarto e resolvi dar uma volta pela praia, Marcos deve estar desesperado atrás de mim.

Falta menos de um mês para fazer mais um ano que estou sem meus pais e com a aproximação dessa data eu costumo ficar um pouco solitária e bem triste o que faz eu me afastar das pessoas. Não gosto que os outros sofram pelas minhas dores e tento afasta-los o máximo possível disso. Elimino esses pensamentos de minha mente, ainda não é o momento de ficar triste!

Me encolhi mais no banco abraçando meus joelhos contra meu corpo, eu não estava vestida da melhor forma para me aquecer nessa madrugada gélida e qualquer fonte de calor era bem-vinda. Fechei os olhos apreciando a calmaria do momento, apreciando as coisas boas que estavam acontecendo na minha vida, respirei fundo sentindo o leve cheiro do orvalho depois disso abri os olhos ligeiramente vendo Marcos parado a minha frente com um cobertor aveludado entre o braço. Sorri feliz em vê-lo, fiz um pequeno gesto para que ele se sentasse ao meu lado.

- Viu o bilhete que te deixei? - perguntei me aconchegando em seu ombro logo após ele se sentar ao meu lado.

- Não. - Marcos negou de imediato.

- Não?

- Eu pensei que você estivesse fazendo um lanche noturno já que não jantou direito, mas então, você demorou a voltar e eu vim atrás de você! - Marcos se explicou passando o cobertor por cima de meus ombros.

- E como sabia que eu estaria aqui? - perguntei o fazendo sorri. Um sorriso que eu sabia que era apenas para mim.

- Uma intuição minha! - ergo minha cabeça o encarando divertida. Ele estava tentando me alegrar de qualquer jeito e pelo visto estava conseguindo!

- Ei. - resmungo em um tom brincalhão. - Que eu me lembre esse lance de intuições é meu!

- Ok, ok. - ele declarou em meio a uma gargalhada. - Não foi intuição, só me lembrei de quando você me falou que esse era seu lugar preferido na praia!

Minha mente voou para dois dias atrás onde estávamos jogando pedras na água, eu havia citado em certo momento que esse era meu lugar preferido, mas não sabia que ele havia acatado minha informação, até porque, ele parecia meio alheio ao que acontecia ao seu redor naquele dia. É reconfortante saber que mesmo em meio a um raciocínio ele presta atenção em mim e me ouve, os homens deveriam ter um pouco mais disso que o Marcos tem, talvez as mulheres pudessem se sentir mais a vontade em um relacionamento.

- Então. - ele começou a falar me fazendo olha-lo bem nos olhos. - Quer me contar o que está acontecendo? Sei que essa mudança não é por qualquer coisa.

Eu deveria tentar esconder melhor minhas emoções dele, nunca ninguém percebeu minha pequena mudança de humor, nem mesmo Ramon. Confesso que desde o dia em que surfamos, eu acabei ficando um pouco mais desligada do que o normal. É que, quando volto a praticar esse esporte uma nostalgia de quando eu era mais jovem, uma criança na realidade, invadem minha mente e eu não consigo conter todas as outras sensações que vem com essas lembranças.