Tudo que nos resta é um coração partido envolto de mentiras

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Narração por Paloma:

Cruzei os braços na altura do busto esperando desesperada que a troca de olhares entre os dois acabasse para que um deles me explicasse o que estava acontecendo. Minha mente está tão confusa que pareço estar em uma aula de física ou química. Marcos nunca me disse que conhecia o Ramon e ver os dois conversando me deixou atônita. Será que quando o Marcos estava procurando o irmão acabou reconhecendo o Ramon no bar e resolveu dizer alguma coisa? Acho que não, o Marcos não tem cara de quem arruma briga por nada.

- Não vão me responder, não? - coloquei as mãos na cintura exigente. - Vocês se conhecem?

- Acho melhor irmos pra casa, lá eu te explico tudo, Paloma! – Marcos propôs ainda com temor em seu olhar. Por que ele está tão amedrontado?

- Mas e seu irmão? Você não iria leva-lo pra casa? - pergunto confusa procurando ao redor quem poderia ser seu irmão.

- É mesmo Marcos, você disse que me levaria para casa! - Ramon afirmou com a voz embargada pelo efeito da bebida. No mesmo instante arregalei meus olhos espantada.

- O que você quer dizer com isso, Ramon? - questiono exasperada olhando de relance para Marcos que estava cabisbaixo.

- Que o Marcos é meu irmão, você não sabia? Pensava que já havia te contado sobre meu irmão mais velho. Agora é minha vez de perguntar de onde vocês se conhecem? - Ramon responde franzindo as sobrancelhas enquanto passava a mão na nuca.

Meus olhos se arregalaram novamente, minha boca se abriu de um jeito estranho e meu corpo inteiro se paralisou. Parecia que a ficha não havia caído ainda, saber que Marcos e Ramon são irmãos me deixou sem reações. Estava envolvida por um misto de sentimentos e sensações, me sentia surpresa, traída e triste. E o que dói mais não é saber que eles são irmãos, é saber que o Marcos sabia de tudo isso e não me falou nada. Absolutamente nada. Eu pensava que não teríamos segredos entre nós mas, mais uma me equivoquei. Me equivoquei em confiar em outra pessoa, me equivoquei de entrar em um novo relacionamento. Me equivoquei em amar ele. Como posso ser tão tola?

Meus olhos começaram a arder, sinal de que eu começaria chorar dentro de segundos. Cobri meu rosto com as mãos para que eles não vissem as lágrimas escorrendo do meu rosto. Marcos deu alguns passos em minha direção com um olhar preocupado, minha vontade era de bater nele e dizer quanto estava com raiva por ele não ter me contado a verdade. No processo em que ele se aproximava eu dava passos lentos para trás.

- Paloma...

- Eu vou embora, não tenho mais nada para fazer aqui! - o interrompo erguendo meus olhos para observa-los.

Sai correndo no meio da multidão de pessoas que dançavam freneticamente com seus copos cheios de líquidos alcoolizados. Cheguei as escadas e quase cai enquanto pulava os degraus rapidamente. Preciso sair desse lugar o mais rápido possível, preciso ficar sozinha, chorar sozinha. Acabo esbarrando em algumas pessoas o que gera um pouco de alvoroço eu também não gostaria de estar no lugar deles. Em pouco tempo já estava fora da boate, atravessando a avenida para o outro lado da calçada, mesmo com a raiva incontrolável que estou sentindo de Marcos, preciso pegar minha bolsa no carro. Abro a porta que estava aberta e puxo minha bolsa que estava no banco de trás, fecho a porta novamente e ao me virar para começar minha caminhada até em casa Marcos aparece em minha frente.

Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora