Assim como ela era minha esperança, eu queria ser a dela

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Narração por Marcos:

A vista de minha sacada para o convés era um tanto que reconfortante, ainda mais com o sol brilhando no meio das nuvens brancas. Aposto que a Pah tiraria uma bela foto ao ver esse cenário magnifico. De dez coisas que se passavam em minha mente, onze tinham haver com ela. Parece que meu mundo gira entorno dela agora, estou tão aliviado que as coisas estão digamos que bem entre nós, o ruim que esse alivio não vai durar quase nada.

Fechei meus olhos lembrando do leve sabor doce de sua boca na minha, de seus abraços calorosos que me deixavam esquecer de qualquer coisa ao nosso redor. Quando a conheci fiquei encantado com seu jeito simples de ser, ela era como uma bela arte em uma sessão única e exclusiva só para ela, e meu maior vicio era olha-la, pensar nela, ouvi-la. Nunca senti nada parecido com outras mulheres que me relacionei, talvez seja porque ela me prendeu de uma forma que sou incapaz de explicar.

Passei a noite pensando em como seria se eu não a tivesse conhecido, reconheço que sem querer ela mudou minhas perspectivas. Se ela não tivesse aberto meus olhos eu ainda estaria aceitando facilmente o casamento arranjado que minha família tanto planeja. O ruim é que não é só apenas isso que nos impede, após ver aquele retrato e ouvir ela dizer quem era o rapaz ao seu lado na fotografia eu tomei a decisão de desistir, é claro que eu não tinha certeza sobre aquela decisão mas preferi mante-la até determinado tempo. Por isso a evitei durante alguns dias, eu precisava saber se conseguiria viver novamente sem ela, queria tentar esquece-la, contudo, já era tarde para me distanciar ela havia se tornado parte de mim.

Vitória não queria que eu fosse na festa, não sem ela. Mesmo sendo obrigada assim como eu a cumprir o acordo de nosso casamento, ela sempre tentou fazer com que os outros pensassem que tudo aquilo era real, até mesmo ela caiu nesse jogo. Eu também não queria ir ao baile mas sabia que era a oportunidade perfeita para falar com a Pah e quando eu a vi tentei me conter para não ir direto em sua direção, ela estava a coisa mais preciosa que eu havia visto em toda a minha vida, me doeu ver seu olhar distante e angustiado, doeu mais ainda saber que tudo aquilo era culpa minha. Eu estava a fazendo sofrer.

Queria ter passado a noite toda a abraçando, a beijando, dizendo a ela que nada e ninguém nos separaria mesmo sabendo que aquilo não era concreto. Assim como ela era minha esperança, eu queria ser a dela. Meu desejo maior é sair rápido de meu quarto e procura-la, mas parece que uma pendência mental não me deixa realizar isso.

Balanço levemente a cabeça tentando voltar a realidade, abaixo o olhar para meu relógio de pulso e vejo que estava atrasado para levar a Lady Fran para passear, ontem ela estava bem triste talvez seja porque a Vitória tem medo de deixa-la solta e acabar se perdendo, sorte da Fran que eu não vejo problema algum dela andar solta. Saiu de meu quarto e caminho apurando os ouvidos para os latidos incontroláveis da cadela. Dou duas batidas na porta e Vitória atende com o rosto expressando ainda sono, com certeza ela havia acabado de acordar. Seus olhos cansados percorrem pelo meu rosto, ela rapidamente fez questão de passar a mão pelos cabelos, sorri levemente por seu gesto desesperado.

- Entre Marcos. - ela deu espaço para que eu entrasse em seu quarto e logo fechou a porta. - O que te traz aqui ás nove da manhã? - ela se sentou na ponta da cama enquanto Fran pulou em seu colo em busca de carinho.

- Lady Fran precisa de um passeio, vim por isso! - ela olha para a bolota de pelo em seu colo e sorri mesmo demonstrando cansaço. - Você está bem?

Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora