Só você quem escolhe seu destino

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Narração por Paloma:

Vem vamos para outro lugar. Essas foram as poucas palavras ditas por Marcos antes de segurar minha mão e me guiar até onde fosse o tal lugar. Passamos por diversos corredores na área externa do navio, nossas passadas eram barulhentas e eu tentava o máximo segurar a saia do vestido para não escorregar. Algumas escadas e Marcos alertou que havíamos chegado. Olhei ao redor com uma sobrancelha arqueada procurando algo interessante no espaçoso corredor coberto com vista para área para o convés, mas tudo parecia normal e vazio como sempre.

Encarei Marcos esperando alguma reação dele e um sorriso paciente prendeu seus lábios. Enquanto eu questionava ele parecia bem seguro do que estava fazendo então resolvi não ligar- pelo menos tentar. Sentamos lado a lado em um banco de frente para barra de ferro como se estivéssemos esperando algo acontecer a nossa frente. Alguns seguranças faziam suas rondas tranquilamente no andar inferior, haviam pouca movimentação de algumas pessoas que estavam no baile.

- Já deveria ter começado, eu acho! - Marcos disse meio empolgado olhando para os lados.

- Começado o quê? - questiono o fazendo me olhar com um simples sorriso.

Ele abriu a boca para me responder, mas no exato momento nossa atenção foi roubada para os pequenos fogos de artifícios que iluminavam o céu a cada lançamento, o barulho era de estourar os tímpanos mas era algo deslumbrante de ser ver ainda mais no meio do oceano. Não é normal ver fogos sendo soltos sem motivo algum, que eu saiba não está rolando nenhuma Copa do Mundo e muito menos é véspera de Natal ou Ano Novo. Mesmo assim aquela grande movimentação barulhenta me deixou feliz, essa noite não podia estar melhor!

- Isso é incrível! - afirmo dando a pensar que nunca havia visto uma queima de fogos artifícios.

- Realmente. - Marcos concorda voltando sua atenção para o céu.

- Como sabia disso? - Mal penso e solto a pergunta fazendo ele voltar a me olhar.

- Ontem a noite a Vit... - ele pirragueia chacoalhando a cabeça. - quer dizer, alguém me disse e quando estávamos lá no convés eu lembrei. - analiso cada expressão de rosto, vendo a suavidade em seu olhar.

Não sou burra para não perceber a curva que ele fez em sua resposta para não mencionar Vitória. É claro que eu não ficaria magoada se ele fizesse isso, até porque, nós só nos beijamos e não temos nenhum status de relacionamento. Independente, achei sua atitude muito honrada, o mundo precisa de homens igual ao Marcos! Pego em sua mão a apertando com cuidado e sentindo uma certa energia percorrer meu corpo.

- Não me incomodo quando você fala dela, quero que saiba disso. - tento parecer convincente e ele assenti levemente.

- Se é para ser sincero tenho que dizer uma coisa que está me incomodando. - ele sorri me puxando mais para perto de seu corpo no banco. - Essa pequena distância é horrível de se aguentar.

- Engraçadinho! - encosto minha cabeça em seu ombro enquanto ele entrelaça seu braço em minha cintura. - Acha que estamos fazendo a coisa certa?

Aquilo martelava em minha cabeça como uma música viciante. Afinal, o que realmente é a coisa certa? Ainda mais para nós dois que mal sabemos o que vamos fazer depois que essa viagem terminar. Talvez algumas certezas fossem enganosas. Contudo meu coração parece tranquilo e não demostra qualquer recusa ao que esta acontecendo. Isso quer dizer que estou ouvindo meu coração invés de minha razão?

Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora