Eu fiz uma promessa de cuidar dela e preciso cumpri-la

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Narração por Marcos:

Abro os olhos rapidamente levantando minha cabeça do travesseiro, o quarto ao meu redor estava uma profunda escuridão o que deixava o ambiente mais silencioso, exceto pela minha respiração acelerada. Minha mente ainda processava o pesadelo que acabei tendo quando dormia. Nele a Pah descobria que eu e Marcos somos irmãos e sua reação era uma das mais desesperadas e zangadas de todas. Por sorte nada foi real, nós estamos bem e ainda tenho tempo para conta-la toda a verdade. Só preciso de mais um tempo, só isso. "Conte logo antes que seja tarde!", as palavras de Vitoria me perseguem mais uma vez em meus pensamentos e com um apressado movimento chacoalho minha cabeça tentando despachar aquelas palavras. 6:38 AM, marcava o relógio digital no criado-mudo. Pelo visto acordei meia-hora antes do despertador.

Vendo que não conseguiria mais dormir, levantei da cama já calçando meus chinelos e me dirigindo para o banheiro de meu quarto. Meu pai quer que eu esteja na empresa às oito da manhã sem atrasos, ele quer ter uma conversa séria comigo e eu já tenho uma ideia do que seja o assunto, mas vou deixar para raciocinar isso quando estiver cara a cara com ele. Faço minha higiene pessoal encarando meu reflexo no espelho.

- Você deveria ter mais coragem, precisa contar para ela! - digo para mim mesmo como se aquelas palavras fossem adiantar alguma coisa.

Escuto o toque estridente de meu celular e volto ao meu quarto com as mãos nos cabelos, pensando onde deixei o aparelho. Levantei o travesseiro e puxei o objeto que vibrava ainda, olhando visor notei que era a Pah que me chamava, deslizei a tecla verde e aceitei a ligação.

- Bom dia! - ela me saúda com a voz animada. Aposto que deve estar com um belo sorriso entre os lábios.

- Bom dia! - murmuro com pouca animação.

- O que foi? Não dormiu bem? - seu tom de voz muda para preocupação.

- Não, é que eu tive um sonho estranho, só isso! - digo torcendo para que ela não questionasse o que eu havia sonhado.

- Poxa, e sobre o que era? - Paloma pergunta fazendo com que todo meu corpo se mante-se em alerta, precisava pensar algo para mudar de assunto.

- Nada de importante. - lhe asseguro com desdém. - E você, dormiu bem?

- Como um anjo! - ela solta uma gargalhada me fazendo sorrir. - Estava com tanta saudade da minha cama que quando deitei nem vi mais nada. Acabei de acordar e estou vendo que meu dia não vai ser nem um pouco interessante!

- O meu também, tenho que estar na empresa às oito, pois meu pai quer falar comigo.

Ela fica muda de repente me fazendo imaginar que estava com um certo receio de dizer algo. Pirragueio esperando que ela dissesse alguma coisa. Nada.

- Pah? - a chamo.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Claro, o que você quiser.

O medo bateu em minha porta nesse momento. Me sentei na ponta da cama esperando sua pergunta ser feita, enquanto minha mente tentava decifrar seu possível questionamento. E se ela descobriu tudo? E se ela viu na internet?

Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora