Reencontra-me

Capítulo 2: Tarde tediosa

Quando minhas amigas foram embora na terde seguinte, resolvi dar uma olhada alguns livros pela internet antes de começar a ler algo.

Fui para o meu escritório/biblioteca e me sentei a escrivaninha de mogno, enquanto ligava meu MacBook Pro. A caixa de e-mail estava cheia, mas resolvi deixar pra lá e fazer logo a minha pesquisa.

Interessei-me por uma trilogia chamada 50 tons de cinza que contava a história de uma mulher que depois de fazer uma entrevista com um magnata, se vê perdidamente apaixonada por ele.

Eu já tinha ouvido falar desse livro várias vezes e Cindy e Stephany me chamaram para assistir quando lançaram o filme, mas preferi ficar em casa, com os meus livros.

Como o livro estava esgostado no site onde eu costumava comprar, resolvi ir a livraria a noite.

Depois de passar horas lendo, recebi uma mensagem de Stephany dizendo:

"Estou livre esta noite. O que acha de um filme na sua casa? ".

"Fechado. Te vejo às oito?".

Logo veio a resposta:

"Pode ser. Até mais tarde".

Retomei minha leitura até que o sono penetrou o meu cérebro e eu logo estava roncando na poltrona da biblioteca.

Vi um rosto familiar em meu sonho. Um antigo melhor amigo que não via há muito tempo. Jason.

Ele estava rindo de mim enquanto eu gritava ao assistir um filme de terror.

"Para de rir, Jay!", reclamei, atirando-lhe pipocas. "Não tem graça!".

"Tem sim, Nick", Jason sorriu pra mim. "Agora vamos assistir o filme".

A voz de Stephany me tirou do meu sonho de bons momentos e me trouxe para a realidade.

- Oi, Steph - cumprimentei-a.

- Que sorriso, hein? - Stephany sorriu. - Sonhando com o quê?

- Tempos da faculdade - suspirei, levantando-me e me alonguei.

- Ah, bons tempos - disse Stephany.

- Muito bons - sorri. - Steph, vai se importar se eu der uma saída rápida?

- Aonde vai? - ela arqueou uma sobrancelha, maliciosa.

Revirei os olhos diante daquela reação.

Caramba, até a Stephany?

- Não, eu não vou falar com ninguém, só quero ir a livraria pra comprar uns livros que vi na internet.

- Ah, sim - mas ela não parecia nada convencida. Típico. - Vai lá, vou fazer pipoca.

- Ah, preciso comprar refrigerante - nota mental. - Vou vestir uma roupa de verdade.

Saí da biblioteca, sendo seguida por Stephany e entrei em meu quarto; e no closet.

Optei por um sobretudo e jeans vermelho justo. Calcei meu Converse preto, e envolvi meu pescoço em um cachecol cinza grafite.

Quando fui para a sala, Stephany estava arrumando o aparelho de DVD.

- Coisa de meia hora - disse, já pegando a maçaneta da porta e a girando. - Qualquer coisa me liga.

- Pode deixar, mamãe - Stephany sorriu enquanto eu saía de casa.

Desci as escadas cobertas de neve como as ruas, mas não estava nevando.

Estava frio e estanhamente, haviam poucas pessoas na rua àquela hora da sexta a noite. E nem era tarde.

Percebi que estava franzindo o cenho e balancei a cabeça.

Tinha alguma coisa errada.