Capítulo 4: Em que Jason me leva pra casa

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- Você devia ter me deixado pagar pelo menos os refrigerantes - revirei os olhos, rindo. - Você é muito teimoso.

- É só um presente - ele riu. - Faz muito tempo que não nos vemos.

- Ah, tá bom! Os livros eu até posso aceitar, mas os refrigerantes? - coloquei as mãos na cintura quando chegamos a calçada. - E que presente eu te dei?

- Sua companhia - ele disse, e vi a sinceridade brilhando em seus olhos.

Ruborizei. Meu Deus...

- Oh. Eu...

- Você está vermelha como uma pimenta - ele sorriu -, fica bonita assim.

Todo o meu rosto queimou e Jason soltou uma risada murmurada.

- Eu gosto disso. Sinto que venci você.

- Não vale! - resmunguei. - Você sempre me vence.

- Concordo, Nick - ele piscou pra mim. - Pra que lado fica sua casa?

- No fim da rua da livraria - murmurei, quase batendo os dentes. - Parece até que esfriou mais.

- Pois é - Jason concordou. - Esquisito.

- Você não me disse o que veio fazer em Nova Iorque - comentei. - Está a trabalho?

- Eu me mudei para o Upper East Side anteontem - Jason respondeu -, estava com saudades daqui. Até do trânsito eu senti falta.

- Uau - ri. - Isso é que é amor por Nova...

De repente, meu celular vibrou no bolso do sobretudo. Peguei-o e vi uma mensagem de Stephany.

"Onde você está? Estou preocupada. Vem logo antes que o chocolate esfrie."

Tratei de digitar uma resposta rápida:

"Acabei de sair do mercado. Já estou indo."

- Quem era? - indagou Jason.

- Hm... Stephany - respondi. - Ela está meio preocupada porque estou demorando.

- Então vamos - ele segurou minha mão.

E lá estava ela, a eletricidade percorrendo meu corpo logo depois uma sensação de calor aconchegante. Sufoquei um gemido em minha garganta, tentando relaxar e acabei arranjando uma dor de cabeça.

- Você ficou pálida - ele franziu o cenho -, tudo bem?

- Aham - assenti. - Só fiquei meio zonza.

Jason ficou me encarando por alguns segundos e então perguntou:

- Você está grávida?

Engasguei com a pergunta e acabei tomando todo o meu café praticamente intocado e frio, só resultou no meu estado de alerta que ficou ainda mais nervoso. Eu? Grávida?

- Claro que não, Jay - respondi. - Eu tenho cara de quem está grávida?

- E a cara muda, é? - ele arqueou uma sobrancelha. - Esquece. Você anda meio nervosa, está lendo algo que com certeza não é do seu gênero e acabou de ficar pálida. Sei lá, gravidez foi a primeira coisa que me veio na cabeça. - ele soltou minha mão e a correu pelos cabelos atrás da cabeça. - Desculpa.

- Foi só uma pergunta - encolhi os ombros, indiferente. - Tudo bem. Mas e se eu estivesse? Que problema teria?

- Você teria mentido pra mim uma par de vezes no caminho da livraria até aqui e você sabe que não suporto mentiras.

- Isso nós temos em comum.

- Mas temos muitas coisas em comum - ele apertou os lábios, olhando-me como se fosse me atacar a qualquer hora. - O gosto por música clássica, por exemplo, o gosto por comida italiana e japonesa e livros. Principalmente livros.

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