Capítulo 39: Vinho, quadro e biografia

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Parecia mesmo com uma casa montanhesa.

Era pequeno, rústico por fora e havia um grande letreiro em neon verde escrito Walt's. o restaurante ficava em uma rua paralela a Broadway.

Jason abriu a porta do carro para mim e, sem soltar nossas mãos, nós entramos no pequeno restaurante.

Ao contrário do lado de fora, o Walt's era revestido de gesso branco e cheio de quadros e pinturas.

- Picasso - comento ao ver uma que reconheci.

- Tinha até me esquecido de que você gostava de arte - ele sorri pra mim. - Uma das coisas que temos em comum.

Sentamo-nos em uma mesa com toalha de linho branco com alguns detalhes em vermelho.

- O que vai querer? - pergunta a mim.

- O que você me sugere? - pergunto de volta.

- Vamos comer algo simples - ele beija meu rosto. - Que tal espaguete com almôndegas e um bom vinho?

- Ótimo - sorrio.

Um garçom se aproxima. Parece ter seus cinqüenta anos, pois os fios brancos em seus cabelos eram bem visíveis.

Jason faz o pedido e também pede a carta de vinhos, que o garçom logo nos entrega e se afasta.

- Hm... que tal o Don Melchor 1995? - ele sugere.

- Não... a safra de 1995 não foi tão boa. Concha Y Toro, 1998?

- Chileno... você quem manda - ele sorri.

Alguns minutos depois, quando o garçom chega com nosso pedido, Jason aproveita para pedir o vinho e o garçom logo está nos servindo.

Quando ele se afasta, Jason sorri pra mim.

- Um brinde?

- A quê? - pergunto.

- A nossa filha - ele ergue sua taça.

- E ao Ty.

Brindamos e fazemos o que todos os "especialistas" em vinhos fazendo antes de degustá-lo, uma leve balançada para constatar a cor e consistência, o cheiro e logo a degustação.

Não tinha um teor alcoólico muito alto, pois a queimação no caminho até meu estômago não foi muito forte.

Devolvo minha taça a mesa e Jason faz o mesmo.

- É bom - digo -, podia ter escolhido um mais forte.

- Nada disso - censura-me. - Você está grávida, nada de álcool.

Encaro-o, sua expressão é séria, mas não brava.

Ele tem razão.

- Ok - suspiro e começo a comer meu espaguete.

- Delícia - sorrio.

Jason me observa com um sorriso divertido.

- O que foi? - pergunto. - Tem molho no meu rosto, não tem?

- Aham - ele assente sem perder o belo sorriso. - Deixe que eu limpo pra você.

Jason se aproxima de mim e beija os vértices de meus lábios.

- Obrigada - sinto meu rosto esquentar ao ver que os garçons reunidos no balcão viram a cena.

- Não ligue pra eles - Jason sorri.

- Não ligo, mas... isso aqui é público - digo.

- Eu sei - ele dá de ombros.

- Acha que a imprensa já sabe de nós? - pergunto.

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