Capítulo 24: Desculpas

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Narração de Jason

Ela não está feliz, concluo.

Dominick está dormindo faz horas, e esse não é o gênero dela.

Será que eu a machuquei?

Eu sou um bruto, tanto no amor quanto no sexo e eu preciso mudar isso.

Por isso resolvi preparar um piquenique na sala de estar para me desculpar com ela e a vesti no estilo dela enquanto ela dormia. Jeans e camiseta.

Dominick está dormindo tranquilamente quando chego ao quarto.

Ela fica tão linda dormindo... quero ver isso para sempre.

Deito-me devagar na frente dela e acaricio seus cabelos. Ela sempre acordava quando eu fazia isso nos tempos do colegial.

– Meu anjo – chamo o mais suave possível.

Dominick abre um sorrisinho, mas não abre os olhos.

– Acorda, meu anjo – insisto, ainda suave.

Os olhos de Dominick tremem, mas não abrem. Seu sorriso se dissipa.

– Jay, você acabou comigo nessa cama, me deixa dormir – sua voz é áspera.

Droga, eu a magoei.

– Nick, por favor...

Os olhos dela se abrem. Aquele tom tempestuoso está frio, gelado e insondável.

– O que aconteceu? – pergunta. – Temos que transar de novo? Por que se for, eu dou um jeito de ir pra casa, nem que seja nadando.

Ela está muito brava.

– Não transamos, fazemos amor – corrijo, acariciando sua têmpora. – Não, não vamos fazer amor de novo, só fiz uma surpresa pra você.

Dominick fecha os olhos, suspirando e quando os abre, eles estão mais quentes.

– Desculpe por ter sido grossa – ela diz –, não gosto de ficar dolorida.

– Me desculpe meu anjo – peço com toda a sinceridade. – Eu não queria te machucar de forma alguma. Você está brava comigo?

– Não tanto quanto você está pensando.

– Mas ainda está – suspiro. – Você vai me perdoar um dia?

– Estou pensando – ela sorri. – Ainda não acredito que você me vestiu.

– Não queria que sentisse dor quando fosse se vestir – conto –, e como o seu sono é pesado, eu resolvi te vestir. Fiz mal?

– Fez bem – ela se esticou e plantou um beijo em meus lábios.

– Consegue andar?

– Talvez na semana que vem – ela ri.

Saio da cama e dou a volta nela. Pego Dominick em meus braços e ela ri.

– Jay...

– Você está dolorida – digo –, nada de fazer esforço.

– Estou me sentindo uma criança.

– Você é tudo, menos uma criança, Nick – rio e ela ri também.

– Eu posso ser bem inocente quando quero.

– Mas não tem essa de querer – franzo a testa, caminhando para a porta –, ou você é ou você não é.

Dominick abre a porta e nós saímos.

– Feche os olhos – peço.

E ela o faz.

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