- Então, Jason - Stephany sorriu pra mim. - O que acha de tomar café conosco?
Pisquei os dois olhos, incrédula de que ela tenha mesmo perguntado aquilo.
O que? Até você, Stephany? Ah, não... nota mental: dar um abraço apertado e matar Stephany.
- Bem... - Jason suspirou - eu não posso. Preciso resolver algumas coisas, mas podemos marcar qualquer outro dia pra isso.
- Nós iríamos adorar - o sorriso de Stephany se alargou um pouco. - Não é Nick?
Puta que pariu... Stephany!
- Nossa - murmurei depois de dar um gole em meu café -, esse café está ótimo. Alguém vai querer?
Jason arqueou uma sobrancelha.
- Nick, o que está acontecendo com você?
- Comigo? - o nervosismo cresceu dentro de mim e foi inflando como um balão. - Nada, eu estou ótima dada as circunstâncias da minha dor de cabeça.
- Você bebeu - ele adivinhou.
Cristo, me ajuda.
E a campainha tocou.
Salva pelo gongo.
- Eu atendo - corri o mais rápido possível da cozinha e fui pra sala de estar onde abri a porta.
Havia um homem segurando um enorme buquê de orquídeas brancas e vermelhas, minhas favoritas, mas suspeitei que o buquê não fosse pra mim e que aquele cara era o entregador.
- Senhorita Grey? - ele perguntou.
- Sim - respondi.
- Essas flores são para a senhorita - ele disse, entregando-me as flores.
- Sabe quem enviou? - indaguei.
- Desculpe. Pediram-me sigilo - ele respondeu, enquanto eu assinava o papel que me entregara e o devolvi. - Tenha um bom dia.
- Igualmente.
Ele começou a descer as escadas e eu fechei a porta, franzindo a testa para as flores.
Quem me enviaria flores? Meu pai?
- Belas flores - Jason murmurou, vindo ao meu encalço. - Quem enviou?
- Não sei - sorri -, mas são lindas.
- Tem um cartão! - exclamou Stephany, tirando um pequeno envelope no meio das flores.
Deus... quando Stephany ficava curiosa...
Ela arregalou os olhos e me entregou o envelope com um um pequeno papel escrito a mão em uma letra masculina e marcante, mas parecia ter sido escrita com cautela e muito carinho.
"A luz ofuscante do sol, o brilho reservado do luar e os piscares luminosos das estrelas não são nada diante do seu belo sorriso. Do seu admirador secreto."
- Uau - arqueei as sobrancelhas. - Eu tenho um admirador secreto.
- Fala sério! - exclamou Cindy, correndo até mim e me tomou o cartão. - Nossa... tá podendo, hein?
Jason sorriu.
- Tem certeza de que não tem um namorado?
- Aham - assenti, embasbacada.
Ok. Eu, Dominick Elizabeth Grey tenho um admirador secreto. Acho que agora a minha vida virou mesmo de ponta cabeça.
- Parabéns - Jason riu e beijou minha testa. - Estou indo, a gente se fala?
- Aham - respondi sem perceber.
Observei Jason revirando os olhos, divertido.
- Até mais tarde, meninas - e ele sumiu do alcance de minha visão quando passou pela porta.
- Acho que morri - desabei no sofá.
- E foi pro céu - completou Cindy. - Garota, você tem um admirador secreto!
- Não acredito nisso até agora - olhei para as orquídeas. - Quem quer que seja, sabe quais são minhas flores favoritas e onde moro.
Stephany se sentou ao meu lado.
- Tem muito bom gosto e sabe escrever uma frase.
- Ele pode ter pego no Google - disse.
- Pessoas realmente apaixonadas não precisam do Google para escrever frases - disse Cindy.
- Talvez seja uma brincadeira - disse.
- Qual é, Nick? - indagou Stephany. - Quem conseguiria descobrir o seu endereço só pra fazer uma brincadeira?
- Um idiota - respondi, seca.
- Dominick - Cindy me encarou, séria. - Você não está nem um pouco curiosa?
Caramba...
- Talvez, não sei - dei de ombros. - Pode ser uma brincadeira de mau gosto, o mundo de hoje não é o mesmo de antigamente.
- Você está se negando ao amor - concluiu Stephany.
- Exatamente - levantei-me, deixando as flores no sofá. - Não quero me ferir de novo.
- Pensei que você já tinha superado isso - Stephany comentou.
- É uma ferida profunda e ainda está cicatrizando - suspirei.
- E que não vai curar até você esquecer e partir para outra - disse Cindy. - Vai que esse cara é o amor da sua vida?
- E se não for? - indaguei.
- Você só vai descobrir quando conversar com esse cara - Stephany cruzou os braços.
- Não acho que alguém possa me amar assim - fechei os olhos, tentando relaxar, mas parecia impossível.
- Por quê? - indagou Stephany.
- Porque essa pessoa não deve nem me conhecer de verdade - respondi -, e eu não amo ninguém assim.
Stephany se recostou no sofá, me olhando com seu olhar intenso de psicóloga.
- Será? - ela perguntou depois de alguns segundos.
- Deus... eu não amo o Jason - suspirei.
- Está na sua cara que ama - disse Cindy -, escrito na sua testa, só falta o letreiro em neon.
Respirei fundo.
- Tão na cara assim?
- Registrado em cartório - Stephany respondeu.
- E eu já sei do que você precisa - Cindy se levantou.
- Do quê? - perguntei.
- De relaxar num SPA para o lançamento do seu livro e fazer um tratamento afrodisíaco - ela respondeu.
- Tratamento afrodisíaco? - ergui uma sobrancelha. - Pra que eu faria uma coisa dessas?
- Porque convidei o Jason para a sua estreia, ele vai e hoje você conquista esse cara de qualquer jeito - respondeu Cindy, decidida.
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Reencontra-me
RomanceDepois de anos sem se comunicar com o melhor amigo de infância por quem já foi apaixonada desde a época da faculdade, Dominick Grey, com seus vinte e cinco anos e prestes a lançar um best-seller, acaba reencontrando Jason Steele em uma grande livrar...