Poderia estar no mais profundo ponto do oceano
Onde a luz do sol não chega
E mesmo assim, mesmo assim
Não estaria me sentido sob tanta pressão quanto agora
Eles querem que eu seja grande
Eles querem que eu faça tudo perfeito
Eles querem que eu realize grandes feitos
Eles querem mais do que eu posso dar
Talvez com um pouco mais de tempo
Pudesse cumprir com as expectativas
Mas não levo jeito
Para a vida que eles pretendem me fazer levar
Martelam minha cabeça com discursos
Todos os dias, aguento mil e um sermões
Como se eu só pudesse ser feliz na vida
Se tornasse reais aquelas ilusões
Tudo o que fazem é exigir, exigir, exigir
Duvido que eu sobreviva até o final do ano
Estou me exaurindo aos poucos
Enquanto continuo nesse regime insano
Desde criança, querem me transformar numa pessoa de sucesso
Colocar na minha cabeça um daqueles títulos de gênios precoces
Que você sabe que não valem nada
Depois que se completa trinta anos
Além disso, se com trinta anos
Você não estiver milionário
É porque fez alguma coisa de errado
E jogou fora todo o seu potencial
E falando em potencial...
Adivinha, Sr. Potencial?
Eu quero mesmo é que você se ####!
Mas não posso nem falar palavrão
Ou eles vão me achar sem educação para uma showbiz career
E daí vai tudo por água abaixo
As palavras em idioma estrangeiro
A maneira como eles planejaram gastar os meus milhões
E a chance de usarem o meu sucesso para promoverem a si mesmos
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Sobre pessoas e outras futilidades
PoesíaConversa jogada fora, convenção social estabelecida, exigência não-exigida (esperada por todos os protótipos de interlocutores). Este livro é sobre futilidades. Ele é tão fútil quanto a problemática abordada. Quando deve ser lido? Bem, suponho que o...
