A Moça da Tela

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Sombra e luz se misturam. Figuras, formas aparecem, vem e vão nos olhos do observador. Ah, o observador... A pessoa... A mulher.

O que está sendo captado por seus sentidos?

O pescoço jogado para trás, o movimento de sobe e desce de seu peito, a confusão da mente... E a luz, e a sombra, e a cor, e o vazio.

A mesa em sua frente, uma paleta de cores e possibilidades. Afinal, tudo são cores e possibilidades.

Cor.

Possibilidade.

Já o seu rosto, seu rosto é um borrão disforme que se perde na atmosfera inebriante da sua alma...

O contorno do rosto não tem importância e pode permanecer perdido entre as mechas de seu cabelo, contanto que o seu ser continue a exercer essa força gravitacional bizarra que empurra a minha mente contra a sua figura melancólica.

É, é assim que eu a vejo.

Ou melhor, é assim que eu a veria, caso ela sequer fosse real.

O quadro está em branco, mas mesmo assim consigo visualizar exatamente como deveria ser finalizado.

Exatamente como deveria ser...

Sobre pessoas e outras futilidadesOnde histórias criam vida. Descubra agora