Vazio.
Sem ninguém.
Só eu.
Noite.
Silêncio.
Esse é um cenário tão comum e repetitivo.
É inevitável retornar para ele.
Então suponho que preciso repetir a mesma coisa da última vez.
Com palavras diferentes para que pareça original.Vazio, frio, escuro.
Literalmente e metaforicamente falando.Não consigo expressar o que quero do jeito certo.
Nada sai como deveria.Queria conseguir expressar o que quero.
Queria que entendessem o que expresso.
Mesmo quando nem eu sei se entendo.Sinto o cansaço.
Não quero dormir.
Ou talvez eu apenas não queira enfrentar os pensamentos que me atormentam toda vez antes que o sono chegue e se aprofunde.Não gosto dos pensamentos obsessivos de antes de dormir.
Lutei por muito tempo tentando me livrar deles.
Desisti e agora eles aparecem quando bem entendem.Pior que os pensamentos obsessivos de antes de dormir são os sonhos agitados que se transformam em borrões imediatamente após o momento de acordar.
Não gosto de não lembrar do que se tratavam os sonhos-borrões-de-luz.
Fico com a sensação de estar esquecendo de algo importante.Literalmente e metaforicamente está escuro e vazio e frio e o cenário se repete.
A mesma coisa, tudo outra vez.
Tudo outra vez...
E outra vez...
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Sobre pessoas e outras futilidades
PoésieConversa jogada fora, convenção social estabelecida, exigência não-exigida (esperada por todos os protótipos de interlocutores). Este livro é sobre futilidades. Ele é tão fútil quanto a problemática abordada. Quando deve ser lido? Bem, suponho que o...