Quinze

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— O feitiço do patrono não é de fácil realização. — Snape explica — Vocês...

— Tessa? — Fred, que está ao meu lado, sussurra, mas continuo olhando para frente — Theresa!

— Me deixe prestar atenção na aula! — esbravejo, mas ainda assim, num tom baixo.

— Senhor Weasley, — o professor chama — parece já saber bastante sobre o feitiço do patrono. Pode fazer uma demonstração?

Todos os olhares na sala se viram para o garoto ao meu lado, que faz seu caminho até o professor.

— Sabe o que fazer, Weasley. — Snape o observa, com um quase sorriso. Nunca gostei tanto desse cara como agora.

A tensão é geral no ambiente. Todas as atenções estão presas no rapaz de cabelos alaranjados, com a varinha em mãos.

Para conjurar um patrono, você precisa ter memórias felizes na cabeça. E pelo visto era o que meu amigo estava tentando fazer no momento.

Expecto patronum! — ele balança sua varinha, que emana uma luz branca, e ainda assim meio transparente.

Um animal, que aparentemente é um coiote, corre em câmera lenta em volta de Fred. É completamente hipnotizante.

Muito bem, senhor Weasley, pode voltar ao seu lugar. — Snape rosna, entredentes — E o resto de vocês, preguiçosos, tratem de tentar fazer o mesmo que o colega.

Enquanto meu amigo faz o caminho de volta, a sala se divide em pequenos grupos, levemente afastados uns dos outros. Óbvio que Elena tinha que ficar no nosso. E óbvio que o gêmeo ficaria ao meu lado.

— Impressionante, não foi? — ele sorri, galanteador, para mim.

— Foi mesmo. — a dona dos cabelos claros dá pulinhos de alegria.

Lino me encara, instantaneamente. Depois do meu pequeno, e necessário, surto no salão há alguns dias, descobri que o melhor amigo dos gêmeos também nutria certa... antipatia, digamos assim, por Elena. O que achei ótimo, não nego.

— Incrível como você não liga nem um pouco mais para mim, não é? — Fred dispara, em tom de provocação.

— Incrível como tem gente que trata alguém que tentou fazer mal à si próprio como se nada tivesse acontecido, não é? — rebato — Especialmente quando te faz perder, quem você dizia ser, sua melhor amiga.

— Senhorita Black, o patrono. — Snape reclama, enquanto passa atrás de mim.

Me concentro em pensamentos bons. Memórias felizes. Bom, vamos ver...

Natal na casa dos Weasley, primeira vez que joguei quadribol, quando Sirius me contou que poderíamos morar juntos sem empecilhos, o dia em que vi o sol nascer pela primeira vez com Fred, mais um feriado n'A toca... coincidentemente ,ou não, a maioria das boas memórias que tenho são com alguém que estou sequer falando.

Expecto patronum! — me sinto totalmente pronta ao falar, embora tenha levado um tempo.

A luz branca levemente transparente sai da minha varinha, fazendo seu caminho até acima da minha cabeça. A "fumaça" se movimenta um pouco até formar um...

— Um coiote!? — murmuro, quase que inaudível, e, por isso, consigo escutar que o garoto ao meu lado tem a mesma reação.

— Interessante, Black... — escuto o professor se aproximar — Muito interessante.

— Pr-professor... isto é... possível?

— Sim, já vi acontecer. — ele parece querer sorrir.

A maior pegadinha de todos os tempos || Fred Weasley || Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora