Vinte

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Talvez fosse sangue pulsando nos meus ouvidos pela raiva que estava sentindo e não deixavam o som chegar totalmente em mim, ou apenas exagero da parte de Amelie, mas as altas batidas na porta do dormitório sonserino finalmente acordaram meu novo aliado.

— Tessa? — seus olhos, baixos devido ao sono, me encaram, espantados — O que faz aqui?

— Se troca, Malfoy. Preciso da sua ajuda. — digo, séria.

Fecho a porta, seguindo para a sala comunal da minha antiga casa, com Lie atrás de mim. Quando me sento no sofá sinto meus músculos completamente tensos, e minha cabeça começa a latejar. Minha amiga me encara por alguns segundos, com uma expressão solidária no rosto, mas desvio o olhar.

Não preciso da pena de Amelie no momento. Preciso da ajuda de Draco.

— Então, Black... — o garoto de cabelos platinados senta à minha frente — A que devemos a honra de tão ilustre visita à sua antiga casa?

— Quero acabar com a raça de Elena. — respondo, sem enrolações, fazendo uma expressão surpresa tomar conta do rosto dele — O mais rápido possível. E sei que você é a pessoa mais indicada para me ajudar.

— Fico extremamente lisonjeado por ser sua primeira opção. — ele sorri, o que me faz revirar os olhos — Mas nada melhor do que um inimigo do seu inimigo para saber o que fazer, não é? E, para sua sorte, eu fiz amizade com uma americana que usa peruca...

A menina que Elena pôs fogo. Por que não pensei nisso antes? Todos os antigos colegas dela estão em Hogwarts... é perfeito.

— Se não se importa que eu pergunte... — Draco se inclina levemente para a frente, chegando mais perto de mim.

— Ela o enfeitiçou. — digo, antes que ele tenha chance de concluir — Deu uma poção do amor a Fred.

— Você tem... — o sonserino parece atordoado. Elena passou dos limites até para um Malfoy, por essa eu não esperava — Tem certeza?

— Sim, tenho. — suspiro — Hermione e Rony já estão trabalhando no antídoto.

— Não o deixaram sozinho com ela, não é?

— Não... Cedrico e Lino estão com ele no dormitório. — levanto do sofá — E tenho que ir até lá.

— Eu não faria isto se fosse você... — Malfoy aconselha. Por Merlin, veja só de quem estou recebendo conselhos... é realmente o fundo do poço.

— Eu preciso ir. — bufo, abrindo a porta de saída — Nos falamos amanhã?

— Logo cedo.

Meus passos até o salão comunal da minha casa atual nunca foram feitos tão lentamente. Quanto mais eu pudesse adiar a visão da cena de Fred chamando por... aquela garota, eu adiaria. Draco está certo, eu não deveria mesmo ir. Mas não posso deixá-lo, principalmente a culpa não sendo dele.

Eu jurei que estaria ao lado de Fred em qualquer coisa nesta vida, e pretendo manter minha promessa por muito tempo. É somente este pensamento que me faz abrir a porta do dormitório, para ver Lino segurando meu melhor amigo enquanto Diggory amarra um pano na sua boca.

— Cansados de ouvir o nome da americana? — minha voz sai fraca, e fecho a porta quando o silêncio se instala no ambiente.

— Tess. — o sorriso triste do lufano entrega a resposta à minha pergunta — Pensei que iria ajudar Hermione e Rony.

— Eu... tinha que vir. — sento na cama de Jorge, e Cedrico para de pé à minha frente.

— Sei que tinha.

A maior pegadinha de todos os tempos || Fred Weasley || Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora