cap 2

297 20 4
                                    

Por Sophia

- Mãe!- gritei enquanto procurava minha maleta- Você sabe onde está minha maleta?

- Está na gaveta do guarda-roupa- gritou de volta, os vizinhos devem nos achar malucas, olho todas as gavetas do meu guarda-roupa e mesmo assim não acho

- Não ta, eu já olhei em tudo!- Grito de volta com medo do quem vem a seguir, vamos se dizer que minha mãe não é muito calma

- Sophia Vitória, se eu for ai e achar, você vai ver!- Vem cá, todas as mães frequentam a mesma escola? porque tô começando a suspeitar que isso seja uma língua mundial, continuo procurando até que finalmente eu acho, o que é uma raridade

- Pode deixar, já achei!- Pego minha maleta com alguns "brinquedos" meus, nada de mais, só alguns pó de mico, uns insetos falsos e uma cobra de borracha- que na minha humilde opinião- é bem realista e mais algumas outras coisas que não vem ao caso agora

Acampamento...

Um pesadelo para os professores, um sonho para os alunos.

Meu nome é Sophia, sou morena com cabelos grandes ondulados e de pele clara, tenho quatorze anos e hoje é dia 15 de junho de 2021, o dia do passeio dos 9° anos- não de todos-sou do 9° ano B, eles nos separaram porque se ficássemos todos juntos iria dar muito "trabalho" -o que infelizmente tenho que admitir, no início do ano fizemos uma brincadeira com todos os professores e com a diretora, o final? levamos uma advertência, a maioria quase foi expulsa, mas valeu a pena. Foi o dia mais engraçado da minha vida- Mas voltando, iremos a um acampamento no meio do nada, ou seja, sem tecnologia, sem tecnologia sem telefones e se não fosse por isso, o acampamento seria o melhor de todos. Bom é melhor eu ir logo pra escola. O ônibus está marcado pra sair 7:00 e já são 6:50

Quando chego na escola já vou até minha "rodinha" de amigos, que comigo são três. Somos amigos desde o quarto ano, são cinco longos anos de amizade. Nele está minha melhor amiga, Aline e meu melhor amigo, Hugo- eu sou bem o tipo de pessoa que é amiga de quase todo mundo- ficamos conversando até o ônibus chegar. 

Quando ele chegou, começaram com a contagem dos alunos pra verem se todos que iam estavam lá, e ao verem que todos estavam presentes, partimos

Não lembro o momento exato em que dormi, mas tive um sonho um tanto peculiar- eu estava em uma casa, mas tinha muito mais pessoas. Na casa tinha eu e mais algumas -muitas- pessoas da escola e algumas que eu não conhecia. Eu estava com uma roupa diferente das que eu costumo usar. Acho que minha calça era de couro ou algo do tipo. Chega uma pessoa falando que eles estão aqui, eles estão vindo- mas eles quem!? - todos saímos correndo em direções diferentes, vi alguns indo em direção a porta da frente para tranca-la. Quando chegamos na frente da casa eu vejo muitas pessoas, mas elas não parecem estar normal, alguém me da uma arma e ficamos em silencio absoluto ate que a ultima "coisa" tenha passado. Pareciam até zumbis, daqueles que têm em filmes e series. Quando acordo percebo que ainda estamos no ônibus, sobre o sonho? Bom, nada fora do comum. Para mim, sonhos desse tipo são completamente normais pra mim

Fico nos meu pensamentos até que paramos, será que já chegamos? olho pela janela e vejo que ainda estamos no asfalto então não pode ser aqui- o que aconteceu?- me pergunto mentalmente

-pessoal, tem uma árvore caída no meio da estrada e os bombeiros não estão atendendo então não vamos conseguir ir pro acampamento hoje- diz um dos motoristas

-não tem outro caminho que dê para pegar?- perguntou um dos meninos que estava na minha frente

-até tem mas teríamos que dar uma volta enorme e do mesmo jeito vocês só chegariam depois de amanhã- o motorista respondeu e sim, o lugar que estávamos indo é bem longe- bom, vamos voltar- ele fala e sai, logo depois todos que ainda estavam que pé se sentam

-cara fala sério, só porque eu tava animado pra ir- diz meu melhor amigo- mas por que os bombeiros não atenderam? eles não são da emergência?

-e eu que sei menino?- falo e ele fica quieto e se ajeita no banco

Quando o ônibus deu partida, comecei a tentar saber o que pode ter acontecido para os bombeiros não atenderem, não teria a chance deles terem ido pra algum lugar, pelo menos não todos eles. Será que deve ser o sinal daqui? olho no meu celular e vejo que o sinal está forte, então também não deve ser isso, bom, tem que ter alguma explicação pra isso. Eu também posso estar fazendo furacão em copo d'água

Quando estamos chegando na escola, eu estranho não termos pego transito em nenhum momento voltando, deve ser só o horário. Pensando bem, não teria nenhuma chance do meu sonho ser real né? seria azar de mais, até para mim. 

Só percebo que já chegamos quando o ônibus parou, eles simplesmente nos deixaram em frente a escola e saíram, quando me viro pra frente percebo que os portões estão fechados. Deve que os motoristas não avisaram eles não sabiam que iriamos chegar hoje, já que não conseguímos ligar para os bombeiros então provavelmente também não conseguiríamos nos comunicar com a escola. Vejo alguém tocando o interfone da escola mas ninguém atende, tocam de novo e nada. Será que não tem ninguém? Se bem que hoje é terça- é, demorou um dia para irmos pro acampamento e no final acabou não dando tempo- e hoje não é feriado nem qualquer outro dia em que possa não ter aula

-E ai, ninguém ta atendendo?- pergunta alguém atras de mim

-não, ninguém atende- isso é realmente estranho, agora seria exatamente o momento em que estaria tendo o primeiro intervalo dos alunos que estudam de manhã, e não tem ninguém no patio, nem coordenadores, nem as "tias" que ficam no intervalo. A cantina está fechada, e também não tem seguranças, então obviamente não tem ninguém- então, quem vai entrar?

-você está louco? quem seria doido o suficiente para entrar na escola completamente vazia, e se acontecer alguma coisa? quem vamos chamar? não tem ninguém nas ruas, as luzes das casas estão todas apagadas então é bem provável que não tenha ninguém- disse um menino que estava meio que em um grupinho- além de que, como poderíamos entrar sendo que a escola esta fechada?

-eu entro!- falou um outro menino, cade as meninas dessa escola?

-pronto, já temos uma pessoa para entrar. Agora precisamos saber como entrar

-para entrar é fácil, só pularmos o portão, já fizemos isso no ano passado mesmo- digo e todos me olham e percebo minhas bochechas coram- meio óbvio isso, não?

-então você entra também- disse o menino que tocou o interfone da escola

-por que?- eu pergunto e ele fala que é porque eu quem tive a ideia de entrar pulando o portão- se é assim, por que você não entra? afinal, quem teve a ideia de tocar o interfone foi você

-eu não vou entrar só por isso- diz ele indignado

-eu muito menos- digo e logo o primeiro menino que falou que iria entrar diz pra gente calar a boca e que nós dois vamos entrar, que menino abusado, eu iria recusar mas a Aline diz que eu deveria entrar porque sou paranoica de mais, então ela acha que eu já pensei no que fazer, mas se bem que errada ela não está, já imaginei isso mesmo. Hugo fala que vai entrar também- ok, eu entro

-eu também-diz o menino do interfone e logo outras duas pessoas falaram que iriam entrar também, um menino e uma menina

Abriram espaço pra gente e pulamos o portão, nem foi muito difícil, acho que a coisa que vai ser mais difícil de fazer, vai ser aturar o Davi- o menino que mandou a gente calar a boca, sabe? o primeiro a falar que ia vir- Lembra quando eu disse que era amiga de quase todo mundo? então, estava falando dele, nós nos odiamos desde o primeiro ano do ensino infantil, estamos no nono ano, e eu tive a má sorte de estudar com ele na mesma sala por todos esses anos...

no fim do mundo 1 (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora