Number 2.

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                           Autora Pov.

O dia estava se pondo, e o azul escuro  ganhava  cada vez mais espaço no céu aberto. Enquanto os carros lotavam as ruas e o fluxo no trânsito aumentava.
Haechan estava em casa, deitado em sua cama, debruçado sobre os travesseiros  enquanto ouvia a doce voz de Conan gray soando em seus airpods, quais fazia questão de deixar no volume máximo. O Lee mantinha  as pernas  balançando de uma forma totalmente desajeitada no ar, e checava suas mensagens por uma última vez, se certificando de ter respondido a Mark, e mesmo que estivesse magoado pela mentira do mesmo. Não lhe deu um merecido vácuo. Sorte a dele.

Sorte pura! Haechan, em todos aqueles anos nunca mentiu pro melhor amigo. E não entendia porque o mais velho não havia lhe dito com todas as letras que a uma semana atrás, ele não havia perdido a hora no treino do basquete esquecendo-se da promessa de irem ao cinema assistirem a estreia do tão novo filme de terror aguardado por si. Mais que sim estava em algo denominado "pequeno" encontro com Xiaoting. A mesma Xiaoting que Lucas costumava "seguir romanticamente". E a verdade por sua vez só foi revelada quando no caminho para casa a chinesa lhe chamou e pediu para quê avisasse o Canadense que ela esqueceu de lhe devolver a chave de casa. Chave essa que Haechan lhe ajudou a procurar na quadra! Mesmo depois de levar aquele bolo.

O Canadense não teve nem a decência de lhe falar a verdade. Perseguiu na mentira e lhe fez procurar algo que ele sequer havia perdido na escola! E lhe deixava mais louco saber que havia acolhido o maldito em sua casa, já que por sua vez seus pais estavam em Jeju naquele dia, e sem chave ele não podia entrar em casa.

– Maldito Canadense.– O Lee falou mordendo os lábios, enquanto lia as mensagens do amigo.

Mark  continuava  insistindo na proposta do Lee  ir a tal festa na casa de uma tal de Danielle. Ele nem sequer sabia quem era Danielle. A única coisa que sabia era que a mesma era a namorada  de algum amigo, de outro amigo que tanto Mark quando os outros tinham no time de basquete Alpha. Claro que o Lee não ia deixar o conforto de sua cama, e se embrenhar no meio de adolescentes bêbados e suados. Ele apenas disse que pensaria no  caso do melhor amigo. E o moreno deixou avisado que tudo daria início as nove da noite e percorreria até três da manhã.

O Lee suspirou e largou o celular sobre a cama, olhou para as  roupas que vestia e negou com a cabeça. Se já havia pensado em ir um minuto que fosse no local, perdeu a animação imediata quando percebeu o que trajava.  Mesmo sabendo que não adiantava muita coisa, Haechan vestiu o que tinha de  melhor. O Lee nunca usou das roupas que sua mãe trazia para si todo dia do trabalho. Já que a mais velha trabalhava como estilista e desing de moda e era dona do próprio negócio. Ela adorava vestir os quatro filhos. Haechan era o único desviado, nunca havia experimentado nada que sua progenitora trazia, desde que tinha oito anos e passou a escolher as próprias vestimentas. E aquela era primeira vez do garoto em anos vestindo algo que julgava ser extravagante e bem mais a cara de Chittaphon.

Pela primeira vez em tempos, Haechan resolveu vestir algo que não fosse as roupas nas cores creme,  marrom ou bege, os moletons ou calças folgadas um pouco maior que sua medida, fazer o quê, seu estilo se resumia em roupas que ao seu ver eram 100%  confortáveis. O próprio Lee não entendia como tinha um péssimo gosto pra roupas quando sua mãe era estilista, a mais velha respeitava seu espaço e o deixava usar o que bem queria. Mais havia dias em que Haechan queria muito que sua progenitora lhe desse um tapa e o obrigasse a vestir alguma combinação de roupa que ela criava.

O mesmo suspirou e se olhou uma última vez no espelho, arrumando a calça Jeans com rasgos no joelho e a camisa preta sobre o torso. A peça escapava muito da sua realidade e perspectiva de moda. Ele nunca imaginou que estaria usando algo que mostrasse um pouco de sua barriga, até o cabelo estava penteado de uma forma que realçava o rosto bonito. Haechan queria se manter arrumado. Ele sabia que mais tarde o amigo ligaria e iria pedir para que fosse  buscá-lo. Então o Lee queria estar ao menos apresentável. Mesmo que com sua aparência não fosse muito possível, dezenove anos nas costas e o rosto cheio de espinhas. A culpa era dele? Não.

Texting- Nct.Onde histórias criam vida. Descubra agora