Fifty Eight

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Ariana

Fico esperando Sophie começar a dar risada de novo. Essa vai ser a minha chance de interromper a conversa dela com Hailee. O garoto de faculdade bêbado sentado ao lado dela se inclina, faz algum comentário e... lá vai ela!

— Hailee? — digo.

Ela se vira para mim com os lábios apertados de leve.

— Vou ali um minuto dar um oi para as minhas amigas.

Ela olha para o lugar onde Normani, Dinah e Billie estão sentadas na areia ao redor de uma fogueira de tamanho médio.

— Foi a sua amiga que acabou de gritar "ei, cabeção"?

— Normani — digo. — Tenho certeza de que ela disse isso com amor.

— Vou com você — diz ela. Ela se levanta e puxa a parte de cima do vestido um pouco mais para cima no peito. Não há como negar que está fantástica hoje à noite.

Respirei fundo, tentando não revirar os olhos.

Quando começamos a caminhar, Hailee chega mais perto de mim.

— Na verdade, não falo muito com Dinah  desde o quinto ano.

— Vai ficar tudo bem — digo, tanto para Hailee quanto para mim mesma. Sei que Billie vai se comportar, mas não dá para saber sobre Dinah. No começo da semana, ela estava chamando Hailee de vagabunda.

Passamos pela fogueira maior, onde vinte ou trinta garotos e garotas da escola estavam reunidos. A maior parte está bebendo cerveja e alguns fumavam. Várias meninas acenam para Hailee quando passamos e logo se viram umas para as outras e começam a cochichar.

Quando nos aproximamos da fogueira seguinte, Billie está com a cabeça apoiada nos joelhos. Fico imaginando o que a fez decidir vir, no final das contas.

Dinah está sentada ao lado dela, esfregando suas costas. Normani dá uma olhada no peito de Hailee e, então, volta a atenção para mim.

— Olá, Hailee.

— Obrigada por me emprestarem Ariana hoje à noite — diz Hailee. — Sei que vocês são muito próximas. Vocês todas vieram juntas?

— Sim. Eu vim com elas.

Billie e Dinah não falam nada, mas Normani dá de ombros e responde:

— Eu vim na minha caminhonete. Alguns alunos do último ano precisavam de ajuda para carregar a lenha.

— Então, obrigada por nos manter aquecidos — diz Hailee, ao mesmo tempo que se aperta contra o meu braço. Quando ela faz isso, vejo os olhos de Billie se voltarem com rapidez na nossa direção.

— A caminhonete é do seu pai — diz Dinah a Normani. Ela se levanta e limpa a areia do jeans. — Então, Ariana, com quem vocês duas estão?

Parece que ela está me desafiando, apesar de eu não estar fazendo nada de errado.

— Estamos com os amigos de Hailee.

— Sophie é minha amiga — diz Hailee. — Mas não conheço aquelas outras pessoas. Elas estudam na Universidade Estadual de Hemlock.

Normani joga mais um pedaço de lenha na fogueira. Quando Dinah olha de Hailee para mim, um silêncio desconfortável se instala. Eu não devia ter vindo aqui.

Finalmente, Hailee sorri para Dinah.

— A última vez que nós nos falamos foi na sua festa de aniversário do quinto ano, não foi?

Dinah joga a cabeça para trás.

— Você se lembra disso?

Hailee assente.

— Nós estávamos no mesmo time de lançamento de bexiga com água.

Normani cutuca o fogo com um pedaço de pau.

Billie continua olhando para o fogo, balançando o queixo devagar entre os joelhos.

— Não ganhamos — comenta Hailee —, mas assumo toda a responsabilidade por isso. Foi um péssimo lançamento.

Dinah sorri.

— Está perdoada.

Normani vai para o lado e dá tapinhas na areia a seu lado.

— Por que vocês não se sentam?

Billie se levanta e meu coração bateu acelerado.

— Vou pegar uma bebida. Alguém quer alguma coisa?

Sem esperar resposta, sai caminhando pela praia.

Eu não posso deixar ela ir sozinha.

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