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Romance de escritório- Bang Chan

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    Ser CEO. Talvez não fosse a tarefa mais difícil do mundo, mas com certeza não era a mais fácil. Implicava muito profissionalismo e esquecer questões pessoais, só que eu certamente não era boa na última.

    A questão da semana era a sócia majoritária da minha empresa querer contratar um programador de 23 anos. Ele era muito novo para uma multinacional de IA, o salário dele seria alto e correríamos o grande risco de cometer um erro.

   Contudo, Dahyun levava consigo 53% das ações da empresa e, caso não contratasse o tal programador, ela as venderia para o meu tio, este que quer controlar a minha empresa. Acontece que o homem já tinha 47% das ações e as 53 de Dahyun só o auxiliariam a conseguir o que quer.

   O tal programador ainda estava em teste, seu nome era Bang Chan e eu preciso admitir que ele era lindo demais.

    Agora eu tinha um dilema: correr o risco de perder muito dinheiro ao contratar um novato ou perder a empresa?

     Estava sozinha no escritório, este que não era tão grande para uma multinacional, mas ainda estávamos numa aceleradora de Start-ups e precisávamos do investimento para crescer ainda mais, sem contar que a diretora da aceleradora queria que ficássemos ali para dar uma visibilidade maior.

    ㅡ E se der errado? E se eu perder tudo? E se não conseguirmos a autorização para o robô-babá? ㅡ falava sozinha, enquanto batia continuamente a fronte na superfície da mesa.

    ㅡ E se ser certo? E se você só tiver a ganhar? E se o robô-babá ganhar reconhecimento no mundo todo?ㅡ uma voz ecoou por ali.

    Eu já estava prestes a derramar lágrimas, ver Chan ali foi um gatilho ainda maior para que elas despencassem de minhas orbes.

    ㅡ Por que de todas as horas para vir aqui, tinha de ser agora? ㅡ indaguei, bagunçando ainda mais os cabelos.

   Nem me importava mais com minha imagem diante de um homem bonito, já havia me conformado que era um furacão que bagunçada tudo por onde passava.

    E era perspícuo que aquele era um dos meus piores dias, e para saber disso bastava apenas olhar para mim: o botão do blazer havia caído, meu salto tinha quebrado e meu cabelo molhado por conta da garoa de mais cedo.

    ㅡ Porque de todas as pessoas nesta empresa, talvez eu fosse a única que te precisasse lhe ver chorar.

   Sua resposta me surpreendeu até mais do que eu queria e pensava. Talvez ele tinha mais maturidade do que eu pensava. Num fugaz ato, Bangchan fechou as persianas onde adentravam infortúnios raios de Sol e entregou-me alguns lenços de papel.

   Um pouco escrúpulo, se pôs atrás de mim e tomou consigo um elástico de cabelo, a prender meus fios de forma totalmente desajeitada.

   ㅡ Acho que se prender o cabelo, não vai molhá-lo ainda mais. Não deixarei ninguém saber que chorou, sei o quão grande é o seu orgulho.

   Aquele rapaz certamente era um anjo. Talvez não um anjo literal, mas era o meu anjo. Num ímpeto de coragem e determinaçãoㅡ que eu sabia que acabaria se fosse rejeitadaㅡ levantei-me da cadeira e segurei seu rosto com minhas duas mãos.

   Ainda com um pouco de hesitação, colei nossos lábios. Com o susto, pulou um pouco para trás, mas não chegou a refutar totalmente a ideia. Após algum tempo, segurou minha nuca e pediu passagem com a língua.

   É... eu tinha atingido meu objetivo: uma pessoa que quisesse me beijar mesmo quando estivesse com o nariz escorrendo. Só não imaginava que essa pessoa seria justamente a que eu mais desconfiava.

    Acabei por contratar Bang Chan e me surpreendi, tudo o que dissera era verdade. Nossa multinacional abriu mais 5 filiais em dois países e o robô-babá havia sido aprovado, e tudo isso em meio a beijos com gosto de pêssego, abraços efusivos no meio trabalho e... pasmem: brinquedos. Sim, eu tinha tido um filho com Chan, quem diria que um romance de escritório daria em reprodução sexuada?