Desde que nos conhecemos

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JEON JUNGKOOK

Quando eu conheci Kim Taehyung nós éramos apenas dois adolescentes que estudavam no mesmo colégio. Ele era o menino que ficava sozinho a maior parte do tempo e eu era o solitário que sempre buscava por companhia para poder me distrair dos problemas que passava em casa.

Desde pequeno eu vivi um verdadeiro inferno em minha casa, meu pai não era uma boa pessoa e foram inúmeras as vezes que machucou tanto eu quanto minha mãe, fosse física ou emocionalmente, isso até eu fazer vinte anos, conseguir um bom emprego e comprar uma casa para morar com apenas minha mãe.

Mas voltando para mais ou menos cinco anos atrás. Eu estava no último ano da escola, Taehyung estava um ano antes. Eu tentei me aproximar, mas ele bloqueava todas as minhas tentativas.

Isso até eu insistir e ficar sentado ao seu lado durante o intervalo inteiro, todos os dias, mesmo sendo ignorado com sucesso. Eu era uma pessoa persistente e não seria um menino me ignorando que iria me impedir de continuar a tentar. Sentia que ele poderia ser um bom amigo e queria muito estar certo.

E eu estava.

Nós começamos a conversar e não demorou para termos aquela amizade típica de um ir o tempo inteiro na casa do outro. Ele respeitava meus limites, não perguntava o motivo de ver sempre somente a minha mãe — já que meu pai passava quase o dia inteiro na rua bebendo –, assim como eu não falava nada por ver somente o seu irmão e mais ninguém.

Porém em um dia qualquer ambos desabafamos um com o outro e contamos tudo que se passava dentro de nós. Tae me disse sobre a morte recente de seus pais e sobre mesmo tão novinho estar trabalhando para sustentar ele e seu irmão, e eu contei sobre o quão horrível para nós meu pai era.

Eu sempre via Jimin de relance, ele era tão tímido que saía correndo sempre que eu tentava o cumprimentar. Mas Tae fez questão de fazer um jantar para que nós pudéssemos, além de nos distrair, conviver como se fôssemos uma família, só nós três, longe dos problemas que nos cercavam.

E quando eu vi o sorriso de Jimin pela primeira vez eu pude jurar que nunca iria ver algo tão bonito, tão pleno. Ele sorria em poucas ocasiões, mas eu fazia questão de arrancar seus sorrisos cada vez que ele começava a chorar por lembrar de seus pais.

Eu passei a fazer companhia ao Park mais novo enquanto Tae trabalhava, o que era bom para mim, porque aquele sorriso era o que iluminava meus dias mais sombrios. Jimin tinha esse poder.

Tinha dezoito anos quando me vi totalmente apaixonado por um garoto de apenas treze, que nem sabia o que era ficar excitado — e eu que tive que explicar ainda por cima. Eu me sentia errado, completamente errado e impuro. Eu não deveria ter me apaixonado por alguém tão novo, eu com certeza seria expulso daquela casa se não tirasse isso da cabeça.

Por esse motivo eu acabei tentando conquistar Taehyung. Foi errado, óbvio que foi, eu estava usando isso como distração de mais um problema, mas não é como se eu já não estivesse acostumado com isso.

Então começamos a namorar.

E aí chegamos ao momento atual, onde eu estou dentro do banheiro de um shopping, chorando mais que uma criancinha que perdeu seu brinquedo preferido. Eu demorei cinco anos para superar meus sentimentos por Jimin, mesmo que ainda ficasse balançado por seu sorriso ou o seu olhar, mesmo que ainda ficasse totalmente contente por míseros abraços.

Isso tudo só se complicou porque eu fui tapado o suficiente para ter deixado de resistir. Eu me segurei tanto durante todo esse tempo para estragar na primeira oportunidade que eu tive. Quando me embebedei na sexta à noite fiz o que não devia, e por mais que eu não lembre sinto que ele não me disse tudo o que eu fiz. Mas isso não vem ao caso.

My Brother's Boyfriend | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora