Ouvir aquilo foi como levar um choque, mas eu nem tive muito tempo para raciocinar, porque bastou apenas alguns segundos para que meu irmão chamasse por Jungkook. E mesmo com o olhar magoado ele saiu do quarto e foi atrás do meu irmão. Eu me tranquei no cômodo e desabei a chorar ainda mais.
Não sei exatamente como, mas eu pulei a janela e saí de casa. Já era noite, mas eu precisava de um ombro amigo, precisava de um abraço. Fui atrás de Yoongi. E demorei menos que o normal para chegar em sua casa. Podia parecer que eu estava sendo dramático, mas eu apenas estava muito abalado.
— Minnie?! — Me olhou, me puxando para dentro da sua casa e também para seus braços. — O que aconteceu?
— Eu só quero chorar. — Foi a única coisa que consegui dizer.
— Então chora, Minnie. Só vamos para o sofá que aí você fica mais confortável.
Mas mais tarde, quando as lágrimas pareceram secar, eu o contei o que havia acontecido. Falei sobre ter perdido a virgindade com Jungkook, sobre o quão especial e amado ele fez eu me sentir, contei sobre a volta do meu irmão e do beijo que presenciei, falei da discussão entre eu e Jungkook e também sobre ele ter me dito que me amava.
O contei cada detalhe, tentando ficar bem e obtendo êxito apenas na questão de voltar a respirar como um ser humano normal. Tudo doía, principalmente meu coração.
Taehyung me ligou mais tarde, mas eu ignorei.
Na verdade, a única coisa que eu não ignorei foi a mensagem que recebi de Jungkook.
"Minnie... eu não quero perder você. Eu sei que deve estar irritado, mas você não sabe o quão preocupado eu fiquei com você assim que te chamei para jantarmos e percebi que não estava aqui. Onde está? Fala comigo!"
Não o respondi, apenas abracei Yoongi e resolvi dormir. No dia seguinte eu resolveria o que fosse necessário.
Na manhã seguinte eu fui com Yoon para o colégio, mesmo que estivesse sem material de aula ou qualquer ânimo para entrar na escola. E tudo só piorou quando eu passei ao lado do carro de Jungkook e também pelo próprio Jeon quando estava quase na entrada do colégio.
— Não foge de mim! — Pediu, mas eu só queria ignorá-lo.
Acabei dizendo para Yoongi que eu o encontraria na sala de aula e cruzei os braços, prestando atenção no que Jungkook poderia querer me dizer. Honestamente? Eu pouco ligava. Me sentia sujo e errado, e era só ficar perto dele que eu já perdia a sanidade de novo, queria beijá-lo de novo, tocá-lo de novo. Ficar perto dele não me fazia bem, estava óbvio.
Mas ao mesmo tempo fazia, porque eu o amava e queria-o por perto.
— Não estou fugindo, eu só não quis ser obrigado a ficar de vela para vocês dois. — Declarei. Mas era mentira, porque eu estava sim, fugindo.
— Nós dois passamos a madrugada inteira preocupados. Ou você acha que essas olheiras aqui são por outro motivo? — Encarei seu rosto, percebendo que ele realmente não parecia ter dormido.
— Aposto que você passou a noite inteira transando com ele, matando a saudade. — A cobra está venenosa hoje. A cobra sou eu, no caso.
— Jimin... você sabe que não. Por mim eu não teria nem mesmo o beijado, me perdoa, por favor. — Descruzei os braços, me perdendo em seus olhos por um tempo que não soube descrever. — Passa essa noite comigo, na minha casa. Ninguém vai saber, amor.
Eu deveria dizer que não, mas talvez fosse melhor esclarecermos as coisas.
Naquela noite eu menti de novo para meu irmão, dizendo que ia para alguma festa qualquer quando, na verdade, eu ia para a casa de seu namorado. Minhas intenções eram simples, eu iria até lá para conversarmos, decidirmos o que seria feito a seguir.
Nada mais do que isso.
Cheguei relativamente cedo e adentrei sua casa, cumprimentando sua mãe antes de subir as escadas junto com ele. Na mentira que contei a Tae, Jungkook também iria na festa, e por isso eu dormiria em sua casa. Óbvio que meu irmão disse que estava tudo bem, ele confiava em mim, e isso só fez com que eu me sentisse ainda pior.
— Você já pensou sobre o que conversamos ontem? — Foi a primeira pergunta que ele fez.
— O que eu mais fiz foi pensar. — Ri sem vontade, me escorando na parede. — E queria não ter pensado em nada disso.
— Eu sei, Minnie. Me desculpa se eu falei coisas demais.
— Mentiu em algo que disse?
— Não.
— É o que basta.
E um silêncio desconfortável se instalou entre nós.
Jungkook se aproximou, eu não me afastei, e quando nossas bocas se encontraram eu apenas joguei tudo para o alto. Se querem mesmo um conselho: apaixonar-se é uma das coisas mais difíceis no mundo.
Quando nossas bocas se separaram eu apenas o abracei melhor e permiti que ele continuasse pertinho de mim.
— Se vale de algo... eu também amo você. — Sussurrei para ele, e aquele sorriso que eu ganhei foi tão lindo que eu poderia ficar admirando pelo resto da minha vida.
Aquela noite terminou com Jungkook e eu sobre uma cama, sem roupa alguma nos cobrindo, gemidos ecoando pelo quarto, toques meus em seu corpo e também seus em mim, palavras que precisariam ficar segredadas entre quatro paredes e, o principal, tantos sentimentos que nem conseguíamos declarar todos.
Eu o amava.
Jungkook me amava.
Não precisava de nada além disso.
Dormi agarrado nele, sentindo suas carícias em meus cabelos e costas, o ouvindo cantarolar uma música calma e doce, me deixando extremamente relaxado ali. Antes de cair de vez no mundo dos sonhos eu ainda consegui ouvir um "vai ficar tudo bem, bebê, eu te prometo".
E eu acreditei, porque sempre confiei nele.
Na manhã seguinte acordei virado de frente para Jungkook. Sorri automaticamente ao me deparar com seus olhinhos já me mirando. Apenas trocamos um sorriso e fomos juntos tomar um banho. Eu já não tinha mais vergonha de ele me ver sem roupa, afinal suas mãos e também sua boca já haviam me tocado por inteiro. Não havia motivo algum para inibições de minha parte.
Eu vesti a boxer e uma camisa branca sua, ganhando um sorriso tão malicioso que certamente rolaríamos por aqueles lençóis novamente mais tarde. No entanto realmente seria mais tarde, porque agora eu estava deitado e ele estava por cima de mim, beijando-me tão serenamente que meu coração se entregava a ele ainda mais — se é que era possível.
— Vamos dar um jeito, mas precisamos fazer isso juntos. — Ouvi sua voz em um sussurro e apenas assenti. — Também não gosto disso, de te manter em segredo, eu queria poder gritar para todo mundo que estamos juntos e que você é meu, mas eu não posso. Não ainda.
— Sei disso, Kookie. Eu pensei muito, muito mesmo, em tudo o que conversamos ontem, e não posso dizer que gosto de estar traindo ele, mas também não consigo ficar longe de você. — Um bico acabou se formando em meus lábios sem minha permissão, e isso foi o bastante para que ele me beijasse novamente. — Eu te amo, Kookie. E eu sei que se não ficar com você, não vou ficar com mais ninguém.
— E eu quero que fique comigo, assim como quero ficar só com você. — Sorriu, puxando minhas pernas para elas se entrelaçarem em sua cintura. — E eu também te amo, amor.
Meu sorriso era tão grande que poderia rasgar minhas bochechas. E eu pouco me importava, porque eu estava mesmo feliz. Uma noite conturbada para na seguinte estarmos juntos, até mesmo acordando lado a lado no dia seguinte.
— Eu realmente não acredito que eu estou vendo isso.
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My Brother's Boyfriend | jjk + pjm
Fiksi PenggemarMeu nome é Park Jimin, e eu simplesmente não tenho culpa se me apaixonei pelo namorado gostoso do meu irmão mais velho.