Descobertas e namoros

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Eu finalmente voltei para o colégio. Já era hora, por assim dizer, não é? Eu estava me sentindo muito melhor, no entanto foi só chegar na escola que já me irritei completamente.

Fui falar com Yoongi e ele simplesmente virou a cara para mim, me ignorando totalmente. Óbvio que fui atrás no mesmo instante, afinal não sou trouxa para ele ficar me enrolando. Só o encontrei no banheiro, e ele estava não só chorando, mas praticamente vertendo lágrimas por todos os poros de seu corpo.

Nem pensei antes de grudá-lo em um abraço daqueles que ele dizia odiar, mas que na verdade adorava. E eu era menor que ele — só um centímetro — mas isso nem fazia diferença nesses momentos, porque quando ele ficava triste qualquer coisa parecia ser maior que ele. Me doía, confesso.

— Quem é o traste em quem eu tenho que dar um coice de mula? — Perguntei, arrancando dele uma risada fraquinha e abafada.

— Você é o único que ainda consegue me fazer rir.

— Mas eu deveria era te bater por você ter virado a cara para mim, sua peste! — E ele riu de novo, mostrando que meu objetivo tinha tido sucesso. — Quer me contar o que houve?

— Hoseok de novo... — Minha vontade foi dizer que não era Hoseok nenhum, porque o Jung havia me confirmado que não tinha nada com o Yoon, mas para o bem da nossa amizade eu apenas assenti.

Ficamos ali até que o som do sinal soasse e precisássemos ir para a aula, algo que não demorou muito a acontecer. Nós dois fomos lado a lado e ficamos juntos durante todo nosso período escolar, onde eu fazia piadas ridículas apenas para fazê-lo rir.

Acabou que Jungkook estava de folga do trabalho e deu uma carona para Yoongi, em seguida dizendo que queria ir tomar sorvete comigo. O tempo estava um pouco quente, então apenas aceitei. Pode se negar tudo nessa vida, menos sorvete. E Jeon Jungkook, porque ninguém é idiota a ponto de negar um homem desses.

Assim que chegamos na sorveteria e nos sentamos em um canto afastado eu já acabei com a vontade louca que eu estava de beijar Jungkook, o fazendo sorrir durante o beijo e me trazer para mais perto de si.

Fomos interrompidos pela atendente, que nos olhou de seu jeito antipático ao qual já estávamos totalmente acostumados e já nem nos fazia diferença.

Pedimos nossos sorvetes e voltamos a nos beijar sem nos preocupar com mais nada. Estávamos em uma parte reservada, fora que o lugar estava vazio, então não havia problema. Fora que não estávamos fazendo nada de errado!

Quando nossos pedidos chegaram nós parecíamos o tipo mais meloso possível de casal, que até mesmo dava o doce um na boca do outro. Alguém nos segura porque nem eu aguento tanto açúcar em um só relacionamento.

— Sabe, Minnie, eu não te chamei para tomar sorvete simplesmente para tomarmos sorvete. — Riu um pouco, entrelaçando sua mão na minha. — Mas eu estou há dias tentando te dizer um monte de coisas e as palavras simplesmente ficam presas na minha garganta e não saem.

— Pode dizer, Kookie. Não tenha medo. — Proferi o acariciando o rosto, arrancando um sorriso seu. — Eu realmente amo o seu sorriso. Você é tão bonito. Tão lindo... ai, ai...

— Você me deixa todo bobo, Minnie. — Riu daquele jeitinho lindo que me derretia. — Eu te amo tanto que me faltam palavras o bastante.

— Eu também te amo, Kookie-ah. — O roubei um selinho, enfim me calando para que ele dissesse o que queria dizer.

— Eu comecei tudo errado, entende? Eu tinha dezoito anos, você tinha treze, e me apaixonar foi inevitável. Eu me sentia um idiota apenas por ficar sorrindo cada vez que eu te via na minha frente. Apenas queria te mimar, te fazer rir, fazer você feliz da forma que você merecia. Parecia difícil, mas não demorou para que eu visse o quão incrível você era e o quanto meu coração estava se entregando totalmente para você. Eu me sentia muito errado, você era o irmão do meu melhor amigo, cinco anos mais novo que eu, e parecia me ver apenas como o garoto que cuidava de você.

Riu fraco, e eu apenas tentava segurar as lágrimas, porque era ele começar uma declaração que eu já estava jogado no chão chorando. Ok, não é para tanto também.

— Mas mesmo depois de cinco anos eu não esqueci meus sentimentos, até porque seria impossível. Eu só... consegui me apaixonar ainda mais, te amar ainda mais, te querer ainda mais. Me segurei muito para não te agarrar a cada instante, até que naquele dia no cinema eu não consegui mais me segurar. Eu apenas senti que deveria fazer aquilo. E fiz.

— E foi tão bom. — Comentei, sorrindo de forma tímida.

— Não me arrependo nem um pouco por ter tido essa coragem toda. — Riu novamente. — A verdade é que eu quero poder te exibir por aí, mostrar que estamos juntos, não quero mais manter isso entre quatro paredes, entende?

— Sim. — Respondi no mesmo instante, me iludindo talvez demais por pensar o que ele poderia dizer em seguida.

— O que eu estou tentando fazer com tudo isso é simplesmente te presentear com uma coisa. — E tirou uma caixinha de seu bolso, mostrando ali duas lindas alianças prateadas. — O presente é a aliança, mas para isso você precisa dizer que sim. Então... você aceita namorar comigo, bebê?

O grudei em um abraço, até porque minha resposta era tão óbvia quanto dizer para alguém que o céu é azul.

— É lógico que sim, Jungkookie. — Sussurrei em seu ouvido, continuando a abraçá-lo. — Eu aceito qualquer coisa com você.

— Vou lembrar disso. — Sorriu tão maliciosamente que eu prontamente corei.

Jungkook pegou minha mão e colocou uma das alianças em mim, deixando que eu fizesse o mesmo com ele em seguida. Não sorrir seria impossível após aquilo.

Ainda demos uma caminhada antes de resolvermos ir embora.

Foi então que vi algo que chamou minha atenção de uma forma anormal.

"Por que você não pode simplesmente ser alguém normal e me beijar como se nada mais importasse?" ouvi a voz dizer, seus olhos vertendo lágrimas, meu coração apertando de uma forma anormal.

E depois de ver aquilo eu mandei mensagem para Yoongi dizendo que o veria mais tarde. Queria conversar com meu amigo.

Recebi uma mensagem alguns minutos depois dizendo que tudo bem, que era só eu ir até sua casa no horário que preferisse.

Quando esse mais tarde chegou e ele atendeu a porta eu apenas disparei as palavras:

— Desde quando você e meu irmão estão se pegando?

My Brother's Boyfriend | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora