Jungkook permaneceu por um tempo que não prestei atenção me abraçando fortemente, até que eu me desmanchei de vez em lágrimas e tentei retribuir o aperto — afinal até então eu apenas me apoiava em seu corpo. E se ele não estivesse me segurando, com certeza eu teria desabado. Não entendi como cheguei naquele ponto, mas cheguei e a sensação foi horrível.
Eu e o Jeon jantamos sentados lado a lado no sofá. Se meu irmão nos visse ali obviamente nos xingaria por comer no sofá, mas nós poucos nos importávamos. Eu não estava bem, e Jungkook estava preocupado e talvez também não estivesse bem devido a tudo, mas ainda assim ele permanecia ao meu lado, me fornecendo apoio e o companheirismo de sempre, aquele ao qual eu já havia me acostumado.
Após comermos eu fiquei com ele na cozinha, secando a louça que ele insistiu em lavar. Queria me abrir, falar para ele tudo que estava entalado em minha garganta, contudo nada saía, tudo permanecia ali, me sufocando lentamente. Uma hora eu iria explodir e tinha plena noção de que não faltava muito para isso acontecer. Só esperava que ele permanecesse ao meu lado, ou tudo ficaria ainda pior.
Acabamos voltando ao sofá para assistir um ou dois episódios daquela série que acompanhávamos juntos, mas quando meu telefone tocou eu pressenti que não era uma coisa boa.
E de fato não era.
— Oi, Tae. — Falei assim que atendi a ligação de meu irmão. Jungkook ficou mais branco que papel e visivelmente nervoso. — Como está?
— Oi, meu bebê. — Eu podia até ver aquele sorriso que eu tanto amava surgindo em seu rosto ao me chamar de tal forma. — Eu estou sentindo falta dos meus dois amores. — É, isso foi uma faca certeira em mim. — E ainda por cima essa viagem aparentemente vai se estender por quase uma semana a mais do previsto. Mas não importa agora, quero saber como você está.
— Bem. — Era uma mentira deslavada e pelo meu tom de voz ele poderia perceber.
— Oh, que bom. — Ou não. Esqueci que faz anos que ele não me conhece mais. — Vou desligar agora para dormir, bebê. Amo você!
— Eu também... — E desliguei o telefone, me sentindo ainda pior com a minha desgraça.
— Minnie...
— Se fosse uns dois anos atrás ele perceberia que eu estava mentindo quando disse que estou bem. Mas agora ele nem liga mais para isso. — Sussurrei, engolindo com força o choro que ficara preso. — Sabe, eu amo ele, mas eu não aguento mais essa situação. E eu... eu queria muito conseguir dizer para você tudo que está preso aqui, mas eu não consigo.
Jungkook não disse nada, apenas segurou meu rosto com ambas as mãos e fez com que eu o encarasse. Em seguida recebi uma porção de beijos que foram espalhados por meu rosto inteiro, me arrancando uma risada que certamente era contagiante, tendo em vista que o fiz rir junto. Por último ganhei um selinho, o qual confesso que queria prolongar pelo máximo de tempo que me fosse possível. Porém eu não podia, porque respeitava o tempo dele, respeitava sua confusão e que ele precisava ainda pensar. Eu o amava e sabia que ele também me amava, talvez de forma distinta, mas ainda assim era amor.
Eu não deveria amá-lo dessa forma, mas eu queria. Queria muito.
— Estarei pronto para ouvir quando estiver pronto para falar. — Me deu mais um selinho. — E você fica muito mais bonito sorrindo, Minnie. Não chore mais por ele, ok? Eu estou aqui com você.
Permaneci em silêncio, agradecendo incontáveis vezes mentalmente o carinho que ele estava me proporcionando.
Na hora de irmos dormir eu o pedi para que deitasse comigo, alegando que eu apenas queria companhia, e que seu calor me aqueceria melhor do que qualquer coberta. Óbvio que era mais uma das inúmeras desculpas ridículas que eu criava para tê-lo ao meu lado durante a noite, mas só por ter a certeza de que ele sabia serem apenas desculpas que eu já me sentia importante e especial.
Ele poderia negar, mas ao invés disso sorria e assentia. Saiu do meu quarto apenas para colocar sua roupa de dormir, e eu fui atrás da minha no guarda-roupa. O que eu usava era um short quase mais curto que a minha boxer — só para terem uma ideia — então acabei colocando um moletom um tanto comprido por cima pra ficar um pouco maior e me cobrir mais. Confesso que não adiantou muito, mas vamos fingir que sim só para eu não me sentir tão mal com isso.
Jungkook voltou ao mesmo local onde eu estava assim que eu saí do banheiro após escovar os dentes. Deitamos lado a lado e eu agradeci mentalmente de novo por ele ter tomado a iniciativa de me puxar para mais perto de si.
— O quão errado eu sou? — Indaguei uns segundos depois de nos ajeitarmos confortavelmente com nossos corpos praticamente grudados um ao outro.
— O mesmo tanto que eu. — Não era um dar de ombros, mas sua expressão era um pouco despreocupada. — Eu estou confuso com a situação, mas não com meus sentimentos, e é por isso que eu digo que o mais errado entre nós ainda é eu.
— Se não quiser não precisa responder, mas, o que você sente por mim?
— Tantas coisas que eu não sei nem por onde posso começar a te falar. Você desperta em mim sentimentos que nenhuma outra pessoa conseguiu. — Seus lábios roçaram os meus despreocupadamente, apenas uma leve carícia que não se estendeu por mais que meros dois ou três segundos. — Eu ainda vou te contar, eu só... preciso resolver tudo antes, tudo bem?
— Não estou te pressionando, Kookie, eu só queria saber. Isso já é o bastante.
— Ah, ruivinho, você me deixa tão louco. — Ouvi seu sussurro e grudei meu olhar ao seu, deixando evidente as prováveis bochechas ruborizadas junto à toda timidez que me possuiu naquele instante. — Não fica com vergonha, você merece ser elogiado.
— Você odeia que alguém me elogie. — Brinquei, provocando-o.
— Odeio que alguém além de mim te elogie, é diferente.
Eu poderia ressaltar o fato de que odiava ver ele e meu irmão juntos, mas eu não precisava criar uma intriga, principalmente quando estávamos em um momento tão gostoso quanto aquele.
— Você tem pernas tão bonitas... — Sorriu maliciosamente, descendo uma de suas mãos até minha perna e a acariciando.
Apesar de seu sorriso exibir uma luxúria até engraçada, sua carícia era tranquila e sutil, me passava um carinho que eu não conseguia nem entender como era possível de existir.
— Não se assusta... — Sussurrou, me deixando confuso.
Só fui entender no instante em que ele pegou minhas pernas e me puxou para cima de si. Acabei ficando com uma perna de cada lado seu, com o corpo inteiramente deitado sobre o dele. Nossos lábios próximos, suas mãos subindo para minha cintura e as minhas ocupadas demais em tentar manter o equilíbrio antes que caísse de vez sobre ele. Sentia até mesmo o ar se tornando escasso, tamanho desejo que se apoderou de meu corpo.
Nossos lábios enfim se juntaram, de início calmamente, mas não demorou para que sua língua invadisse minha boca e se juntasse com a minha. Era como se inúmeras correntes elétricas percorressem meu corpo inteiro, ainda mais com a maneira possessiva que ele apertava minha cintura e controlava nosso beijo, guiando tudo de uma maneira tão gostosa que eu apenas conseguia arfar — e com dificuldade — e retribuir.
Ao me remexer sobre ele eu percebi que, assim como eu, ele havia se excitado com muito pouco. Mas ao mesmo tempo esse pouco do qual eu falo era tão intenso que seria impossível não desejar mais, não querer sentir mais e mais. Eu só queria arrancar nossas roupas e acabar com todo aquele calor que me cercava.
Eu ainda não conseguia entender como ou quando chegamos naquele patamar, no entanto pouco me importava. Se ele quisesse me deixar nu e tirar minha virgindade eu também não me importaria.
Aquele fogo era tanto que eu só queria que ele acabasse de me incendiar de vez.
Quando finalmente conseguimos parar de grudar nossas bocas a cada cinco segundos ambos estávamos ofegantes e Jungkook se encontrava com as bochechas vermelhas, os olhos mais escuros que o normal e um sorriso repleto de tanta malícia que fez um arrepio percorrer meu corpo inteiro.
— Se você não me parar isso não vai prestar. — Afirmou, descendo as mãos até minhas coxas e acariciando ali. — E embora seja tentador eu não acho que deveria ser dessa forma.
— E como eu vou dormir desse jeito? — Me movi lentamente sobre seu corpo para mostrar ao que eu me referia.
— Ah, eu posso dar um jeito para você...
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My Brother's Boyfriend | jjk + pjm
FanficMeu nome é Park Jimin, e eu simplesmente não tenho culpa se me apaixonei pelo namorado gostoso do meu irmão mais velho.