Renda-se

Capítulo 20 - Pesadelos

|| JAMES||

CORRO pela floresta escura procurando por ela, tento gritar mas o seu nome não sai da minha boca. A agonia de não encontrá-la aumenta e meu corpo sente a pressão. Vejo um vulto passar entre as árvores, tento ser mais rápido para alcança-lo mas ele é mais ágil. Perco-o de vista, observo a minha volta procurando por algum sinal mas a noite fria e escura não ajuda e aos poucos meu corpo vai perdendo as forças. A única força que não me faz desistir é querer encontrá-la e tirá-la daqui.

Ouço passos, me viro rapidamente antes de ouvir um grito baixinho e agonizante. Sigo desesperado e me deparo com a pior cena da minha vida. Maeve está deitada sobre as folhas e galhos e parte do seu corpo está coberto com sangue, sua pele está muito pálida e quase não consegue abrir seus olhos profundos. Corro até ela com o medo instalado em meu corpo, levanto sua cabeça e ouço outro gemido que arrepia minha alma.

- Maeve meu amor, eu vou te tirar daqui. Aguenta firme.

Tento pegá-la em meu colo mas ela reclama de dor e dói na minha alma. Seus olhos começam a encheram de lágrimas e através deles eu vi que nada que eu fizesse agora adiantaria. Estou perdendo-a. Sua mão apertou levemente a minha, apesar do não conseguir mexer seu corpo. Passei minha mão livre em seu rosto e não consegui segurar o choro.

- Me desculpe meu amor, me desculpe por não conseguir salva-la. - beijei sua mão com carinho - É culpa minha, assim como aconteceu com a minha irmã. Eu não protegi vocês como deveria ter feito. Me perdoa amor.

As lágrimas caíram e Maeve sussurrou "Eu te amo" antes de dar seu último suspiro e fechar os olhos, destruindo meu mundo.

Eu a perdi.

Perdi o amor da minha vida.

Agarro seu corpo gélido, grito alto com raiva e tristeza antes do choro e p ódio me domar por inteiro.

ACORDO puxando o ar desesperado, sento na cama e vejo que estou no meu quarto. Me acalmo, foi apenas um pesadelo. Um dos piores que já tive e não é a primeira vez que tenho pesadelos com Maeve, isso tem tirado meu sono nas últimas semanas. Era tão real... Era como se tivesse voltado há cinco anos atrás. No mesmo lugar, o mesmo desespero, a mesma agonia e da mesma forma que aconteceu.

Respiro fundo e passo as mãos pelo rosto, mais uma noite sem dormir. Olho no relógio e confirmo que ainda são 4 horas da manhã. Vou até o banheiro e através do espelho vejo o medo em meus olhos. Medo que tudo se repita. Não vou suportar passar por toda aquela merda fodida novamente. Preciso manter Maeve segura comigo. Isso vai além de qualquer coisa que eu queira na vida.

Saio do banho e sigo o caminho que eu queria desde a hora que acordei. Até ela. Abro a porta do quarto de vagar, está um pouco escuro mas meu coração acalma assim que meus olhos batem nela. Respiro fundo mais uma vez e vou até sua cama. Maeve dorme profundamente e agradeço por isso, não suportaria que ela me visse nesse estado. Sento na ponta da cama e acaricio seu rosto sereno de leve, sentindo a força e a segurança que ela me recarrega todas às vezes que lhe toco.

O que sinto por ela é tão forte, que pensar que ela não é minha e está aqui obrigada, me destrói. Tudo seria mais fácil se eu não sentisse nada por ela.

Desligo meus sentimentos quando escuto a porta sendo aberta, Hoffmann aparece e me afasto de Maeve. Ele olha para ela e depois pra mim antes de avisar.

- Nosso contato da CIA está no telefone querendo falar com você. Parece urgente.

Assinto para que ele saia, logo depois deixo um beijo no topo da cabeça dela e saio do quarto, preciso trabalhar e descobrir quem está armando contra mim.