||MAEVE||
ACORDO mas ainda está escuro, o silêncio da noite invade minha mente enquanto encaro o teto, sei que não consiguirei mais dormir. Suspiro e me levanto, olho pela janela e a viatura ainda está de campana mesmo que já tenham passados três dias. Reviro os olhos irritada por ser seguida em todos os lugares, as pessoas ficam me encarando como se eu fosse um extraterrestre. É isso que acontece quando um caso sigiloso da polícia vaza, mesmo Seattle sendo uma metrópole enorme e atualizada, as pessoas ainda tem olham torto quando você é o assunto da vez. Não sabemos quem ou o porquê, desconfiam que foi o James mas eu tenho a absoluta certeza que não foi. Ele não faria isso.
Me enfio debaixo do chuveiro depois de mais uma noite em claro, tento me convencer que a água que escorre sobre a minha pele leva todas as frustrações e saudades que estou sentindo no momento. James. Como superar tudo que aconteceu? E ainda ele dar um ponto final pensando na minha proteção? Mas James não ouviu o meu lado, o que eu queria, o que estava sentindo... Ele deveria ter feito.
Meia hora depois, o dia já está clareando e eu estou tentando responder inúmeras mensagens de amigos e colegas de trabalho. Depois que o caso vazou eu não tive paz um dia se quer. O meu gerente teve empatia e disse que eu poderia voltar quando achasse melhor, mas eu já tomei minha decisão e quero voltar a trabalhar o mais rápido possível. Não aguento mais ficar trancada nesse apartamento atendendo ligações e respondendo mensagens... Eu vou enlouquecer, preciso ocupar a minha mente.
- Filha, acordou cedo. - meu pai aparece na sala e deixa um beijo na minha cabeça - Está tudo bem? Não teve mais nenhum daqueles pesadelos não né?
Os últimos dois dias tive pesadelos, um deles James estava morto em meus braços e outro era Pitter e James lutando por minha causa, mas no final os dois estavam mortos. Os meus pais sempre me acordam, por que escutam os gritos. Só de lembrar me arrepio.
- Não pai, está tudo bem só fiquei sem sono e decidi levantar.
- Sua mãe ja vem preparar o café. - assinto enquanto vejo meu pai pegar o jornal pra ler.
Toda manhã minha mãe tem a mesma rotina, acorda, toma banho e faz o café da manhã. Ela ama mimar as pessoas ao seu redor e quando eles forem embora, sentirei saudades dessas regalias.
- Pai?
- Sim, querida.
- O senhor já fez algo que era errado por amor?
Ele desvia a sua atenção do jornal para mim, seu olhar é curioso e surpreso.
- Já sim, quando era mais novo agia por impulso. Coisas de primeiro amor. - abre um meio sorriso recordando - Mas o por quê da pergunta?
- Nada sério... - mudo de assunto - Foi pela mamãe?
- Não, eu tinha 16 anos e era apaixonado pela garota da rua de trás. Mas não conta para sua mãe.
- O que não é para contar pra mim?
Minha mãe surge na sala em um piscar de olhos. Olho para meu pai e seguro um sorriso.
- Nada demais amor, estava contando sobre a minha adolescência travessa.
- Ah, seu pai aprontava demais. Eu fui a única mulher que dei jeito. - ela beija minha cabeça - Dormiu bem filha?
- Sim. - minto - Estou morrendo de fome.
- Já estou indo, o café ficará pronto em 10 minutos. Charles, preciso que vá à padaria comprar pão.
Meu pai resmunga antes de levantar e nos deixa sozinha.
- Filha, Pitter virá para o jantar?
Minha segue forçando uma situação com meu ex.
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Renda-se
Romance1° LIVRO DA SÉRIE AMOR(ES) Poderia ser mais um dia comum em sua vida, mas o cair da ultima noite de verão em Seattle mudou o seu destino para sempre. Maeve é arquiteta e trabalha em uma das maiores empresas de arquitetura e engenharia de Washington...