Capítulo 32 - Alone

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|| JAMES ||

O FRIO percorre minha espinha, caminho pelo beco escuro na esperança de salvá-la. Preciso salvá-la. O medo de não encontrá-la toma conta de mim, aponto minha arma para as janelas escuras dos prédios mal ilumidados, odeio Manhattan. Vozes gritam dizendo que jamais irei vê-la de novo. Ignoro e viro para a direita saindo em uma rua deserta. Grito seu nome uma vez.

- Maeve.

Duas.

- Maeve, onde você está?

Três.

- Maeve, me dê um sinal.

Escoro minhas mãos no joelho cansado e desgastado por procurá-la, mas enquanto tiver um fio de esperança, eu não vou desistir.

- James. - escuto sua voz baixinha, quase um sussurro.

- Maeve. - corro pela rua olhando as casas trancadas - Onde você está?

- Aqui James.

Minhas pernas ficam fracas conforme corro na direção da sua voz.

- Maeve, eu estou chegando.

- Vem logo meu amor.

Eu caio.

Tento me levantar mas é em vão.

Estou esgotado.

E mais uma vez, não consegui salvá-la.

SINTO DIFICULDADE ao abrir meus olhos, tampo a origem da luz forte com minhas mãos e quando recobro meus pensamentos percebo que estou no hospital. Parece que um trator passou em cima do meu corpo, Jeff e Hoffmann estão dormindo nas duas poltronas e vejo três dos meus homens de guarda na porta.

- Hoffman, que porra aconteceu? - pergunto me sentando com dificuldade.

Os dois acordam e parecem aliviados em me verem lúcido. Se aproximam e a resposta retraída me alerta.

- Fomos atacados pela CIA, você foi baleado no torax, perdeu a consciência e bateu com a cabeça no paralelepipedo. - travo o maxilar ao me lembrar da cena, Nikolai sendo baleado.

- E Nikolai? - os dois se entre olham e já tenho minha resposta.

- Morreu no caminho para o hospital. - a raiva inflama meu corpo - Ele pediu para te entregar isso. - seguro a corrente como se fosse a coisa mais importante pra mim. Seguro as lágrimas pela perda do meu grande amigo.

- Ele não tirava esse cordão. - um sorriso amargo surge - Ele me viu crescer, se não fosse por ele não estaria aqui. Ele me protegeu daquele tiro, como fez a vida inteira. 

- Ele foi um grande homem. - Hoffmann disse com a voz embargada.

- Faremos uma homenagem pra ele. - enfio o cordão em meu pescoço segurando a raiva que me faz querer sair dessa cama - Estou desacordado a quantos dias?

- Quatro.

- O que?

- E... - Jeff engole seco e diz - Te trouxemos para Saransk. - não gosto da notícia e os dois se afastam um passo.

- Por que estamos na Rússia?

- Segurança. - Hoffman responde - Era mais seguro te trazer pra cá, é a sua cidade natal. Aqui não temos inimigos e temos os melhores médicos.

- O que mais aconteceu? - meu braço direito trava o maxilar.

- Com a morte dos agentes, as coisas pioraram. Preferimos tratarmos de tudo por aqui, até estiver mais calmo.

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