Capítulo 33 - Makitub

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"Maktub (s.m.): é uma palavra de origem árabe e significa "já estava escrito" ou "tinha que acontecer"."

|| JAMES ||

RESPIRO FUNDO sentindo a dor em meu peito se abrir, ao observar mais uma foto da Maeve saindo do supermercado na semana passada. É tão dificil viver sem ela, minha alma dói só de pensar no tempo que estamos longe. Mas não posso privá-la de ter uma vida normal e ser feliz com quem realmente possa te dar a liberdade que ela sempre quis.

Há algumas semanas atrás, eu quase larguei tudo e iria atrás dela, após ler a mensagem que me enviou eu pegaria o primeiro vôo para Chicago mas recuei dois passos quando me dei conta que eu preciso deixá-la ir. Aquela foi a pior noite de todas, fiquei horas olhando a sua mensagem.

"Só me diz que está bem. Eu só preciso saber isso."

E só piorou quando eu vi que estava me ligando, era demais pra mim, lidar com tudo isso se tornou um pesadelo. Ficar longe dela foi a segunda pior escolha que tive que tomar na minha vida.

Batidas na porta do meu escritório vagam pelo lugar, autorizo a entrada e bebo o resto de bourbon.

- O que houve Hoffmann? Problemas com a entrega de Dubai?

- Não senhor... Komárov, o Pitter está morto. - me levanto surpreso.

- Que porra aconteceu?

- Ele estava escoltando o presidente quando aconteceu uma tentativa de assassinato, e ele e mais um agente morreram na troca de tiros.

- Puta merda. - passo as mãos pelos cabelos - E a Maeve?

- Está em um vôo indo para Seattle.

Ando de um lado para o outro inquieto, Maeve deve está precisando de mim e se eu fosse...

- Sei no que está pensando, e não acho uma boa hora você aparecer. Espera a poeira abaixar, a CIA e a Federal acham que você está morto e é melhor manter assim.

Hoffmann está comigo a tantos anos e me conhece tão bem. Contrariado, aceito o seu conselho.

- Tem razão, mas depois darei um jeito de vê-la, custe o que custar.

E se eu tiver sorte, ela ainda vai me amar e me aceitar de volta.

|| MAEVE ||

NUNCA GOSTEI de cemitério e posso contar nos dedos, todas as vezes que eu estive nesse lugar, a sensação é horrível, mas dessa vez, é ainda pior por estar velando do meu ex-noivo. Mesmo com tudo que Pitter fez, ele não merecia morrer dessa forma, mas morreu com o que gostava de fazer. Defendendo o seu país e o presidente.

Consegui alguns dias de folga no trabalho, como sempre, foram muito solidários comigo. Minha mãe está ao meu lado junto com papai e Ashley, os pais de Pitter estão do outro lado e me solidarizei para qualquer coisa que precisarem, e mais da metade dos convidados são agentes da CIA ou da Federal. No início teve um pequeno tumulto, pois o presidente fez questão de vir e prestar uma singela homenagem a Pitter, assim como seus amigos e entes querido. Preferi não falar e me resguardar, me despedi dele silenciosamente enquanto desciam seu corpo pela sepultura.

(...)

VOLTAMOS para o meu antigo apartamento, ainda não vendi mas permaneço com a idéia de vendê-lo, a final, minha cidade agora é Chicago e quero deixar Seattle pra trás, apesar de ainda ter amigos aqui, meus pensamentos agora são outros.

Pela manhã recebi uma ligação do delegado, pedindo que eu comparecesse a delegacia, estranhei mas cá estou eu.

- Olá Srta. Maeve, desculpe por chamá-la em meio ao luto e tantas coisas que estão acontecendo mas é importante.

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⏰ Última atualização: Dec 03, 2021 ⏰

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