"Em vão, lutei. Não vai dar. Meus sentimentos não serão reprimidos. Você deve permitir que eu lhe diga com que ardência eu a amo e admiro.”
Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
Helena GrecoMatteo ficara internado uma semana no hospital, nisso foram poucas às vezes que ele acordou, mas sempre ele estava muito alterado e confundia os cenários que o cercavam. Me parecia que ele ainda estava preso naquele cativeiro e não se lembrava de ter sido resgatado, mas algo que ele sempre repetia me deixava muito intrigada. Ele pedia para que ‘alguém’ não se aproximasse dele, e eu ainda não conseguia saber quem era. Segundo o psiquiatra, que tratava de traumas como esse, era normal que vítimas de sequestro e de violência física no grau da qual ele havia sofrido, que o paciente tenha descarga de memórias dessa maneira.
Com isso, ele tomava muitos remédios calmantes, mas no decorrer da semana como foi diminuindo os episódios de ataques, o remédio também diminuiu gradativamente na sua dosagem. Portanto, segundo os médicos, assim que fossemos para casa ele se recuperaria completamente, pois o que o corpo dele mais precisava era desse descanso, devido a tamanha exaustão que ele fora exposto.
O seu quarto de hospital havia virado praticamente a minha casa nesses dias, eu não o deixava sozinho por muito tempo e Giovanni ordenou que colocassem uma cama no quarto, porque segundo ele, não era correto que eu dormisse em uma das poltronas, devido ao meu estado. Aceitei, pois estava super desconfortável e com uma tremenda dor na coluna.
Faltavam exatamente duas semanas para o natal, e havia decidido enquanto ‘conversa’ com um Matteo desacordado, que faríamos algo em nossa casa para agradecer as bênçãos que tivemos nesse ano, pois desde o nosso casamento muitas coisas aconteceram, então nada mais correto do que celebrarmos, e além do mais seria o nosso primeiro natal juntos.
Então assim que chegássemos em casa, e eu instalasse Matteo em nosso quarto, eu sairia em busca dos nossos enfeites. Queria tudo impecável para que ele já encontrasse a casa completamente enfeitada e com clima natalino quando acordasse.
Saímos do hospital em uma ambulância com uma enorme escolta de soldatos, a segurança estava bem mais rígida depois do sequestro do Capo. Quando chegamos em casa, Irina e Anna já estavam à nossa espera com tudo organizado, os soldatos carregaram a maca até o nosso quarto e passaram Matteo para a nossa cama. Ele não estava tomando nenhuma medicação na veia, então ele tinha apenas que descansar mais um pouco.
_ Como o patrão está, Hela.
_ Ele está bem Irina, agora só precisa recuperar as suas forças, o perigo já passou.
_ Grazie Dio.
_ Sim, mas agora eu preciso dar uma saidinha, então preciso que fique de olho nele por mim.
_ Não acha melhor descansar senhora, estou te achando com um semblante bastante cansado.
_ Não se preocupe Irina, quando eu chegar, prometo que vou descansar.
_ Tudo bem, pode ir então, vou olhar o senhor Greco com todo prazer.
_ Ok, já vou indo.
Desço as escadas e encontro Cássio, que agora tinha a sua dupla dinâmica completa novamente com Carlos, mas como um prêmio eu havia ganhado Leonardo também. Então agora eles eram um trio, protegendo a “Senhora da Máfia italiana”, era assim que eles me chamavam depois dos meus surtos de mulher perigosa.
Eles entram no carro comigo e seguimos para o shopping, Carlos foi atrás comigo, ouvindo as histórias que Cássio e Leonardo contavam de mim.
_ Juro para você, a senhora Greco sentou a mão na cara da piranha Ferrari, e ela caiu igual merda, ficou morrendo de medo. Uma pena o Consigliere não ter permitido que a senhora arrancasse aqueles apliques dela com a uma máquina de cortar cabelo né.
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A libertação do amor - Livro II |COMPLETO|
RomansaMatteo se tornou um homem ainda mais frio. Nem mesmo o seu casamento com Helena o fez mudar completamente. Ele não se achava digno de receber amor, mas também não queria admitir por completo seus sentimentos. Mas o que Helena não sabia, era que sua...