Aura Negra - Vol.2 [CONCLUÍDO]

Capítulo 1

Quando abri os olhos na manhã seguinte, vi o sol adentrando a janela e esquentando minhas pernas.

Me levantei animada e fui tomar um banho frio para acordar.
Vesti uma roupa soltinha e preparei um café simples.

Assim que acabei de comer, peguei a chave do carro e sai de casa.
Vi um vizinho saindo e o cumprimentei.
Não custa nada ser simpática.

Entrei no carro e dirigi até a universidade.
Quando cheguei, peguei minhas coisas e comecei a explorar.

Percebi que essa é maior que a de Miami, bem maior.
Como já estou bastante adiantada na matéria, não entrei na turma de calouros e sim na de formandos.

Ter uma inteligência melhor que a de um humano é bastante vantajoso.
Aprendemos as coisas mais rapido e não esquecemos.

No campus a maioria das pessoas conversavam animadamente. As outras apenas olhavam desinteressadas.

Quando passei, senti alguns olhares se virarem para mim. Ouvi uns sussurros dizendo que sou uma caloura que entrou no meio do ano e outros dizendo que provavelmente fui expulsa de outra universidade.

Não entendi esse último, mas deixei pra lá.

Adentrei o prédio e procurei o setor de medicina. Vi um menino sozinho na entrada e resolvi falar com ele, vai que viramos amigos não é?

Eu: Oi - falei sorrindo - você pode me mostrar onde fica a sala de medicina? - perguntei simpática.

XXX: Claro - falou tímido.

Ele começou a andar e o segui de perto.

Eu: Meu nome é Agatha, qual o seu? - perguntei tentando puxar assunto.

Eu tenho que fazer uma amizade aqui!

XXX: Afonso - falou apenas.

Acenti e paramos em frente à uma sala lotada de pessoas.

Afonso: É aqui - falou se afastando.

Ok, acho que ele não gostou muito de mim.

Suspirei frustrada e entrei na sala atraindo a atenção de todos.

Ergui meu queixo e sentei na primeira cadeira disponível que vi.

Se não querem ser meus amigos, também não vou implorar.

Comecei a olhar discretamente os outros alunos e a maioria são mulheres.
Os poucos homens estão todos com feições desinteressadas.

Vi o professor chegar e me surpreendi com o quão jovem ele é.
Parece até um aluno.

Ele começou a explicar sobre cirurgias de alto risco e só percebeu minha presença vinte minutos depois.

Professor: Bem vinda a Columbia, espero que consiga acompanhar nosso ritmo - falou educado.

Murmurei um obrigada baixo e voltei minha atenção para o quadro.

Quando acabei de copiar tudo que ele tinha escrito, nosso intervalo chegou.

Sai da sala e procurei o refeitório pela Universidade inteira, no final resolvi seguir alguns alunos.

Assim que encontrei, peguei um lanche leve e me sentei em uma era vazia.

Comecei a comer e coloquei a mão no pescoço sentindo meu colar.
Ele está começando a ter um valor sentimental para mim.

Dei um pequeno sorriso e voltei minha atenção para o refeitório, que estranhamente está olhando para mim.

Franzi a testa confusa e vi uma garota murmurar um 'atrás de você' com medo.

Me virei e levei um pequeno susto ao ver os mesmos garotos da lanchonete me olhando.

Detalhe: Nenhum deles está com uma cara boa.

XXX: Vaza - falou o líder frio.

Eu: O que? - perguntei confusa.

XXX: Esta surda porra, vaza daqui - falou batendo a mão na mesa.

Dei um pequeno pulo com o susto e respirei fundo pedindo paciência.

Agora eu sei o que Agatha passou com meu irmão.
Vai por mim, a sensação não é boa.

Olhei ao redor e várias outras mesas livres, porque eles queriam se sentar justamente nessa?

Eu: Não estão vendo as outras mesas livres? - perguntei calma.

Ouvi os outros alunos exclamarem surpresos e me perguntei quão intimidadores esses valentões são.

XXX: O que disse? - perguntou rosnando de raiva.

Eu: Esta surdo? - ironizei sorrindo.

Vi quando ele agarrou meu braço e puxou bruscamente, me fazendo levantar com uma careta de dor.

Esse humanozinho tá querendo morrer!

Eu: Me solta - falei puxando meu braço.

Peguei meu copo de vitamina e joguei em seu rosto.

Eu: Nunca te ensinaram a não conversar com estranhos, eles podem não ser educados - ironizei saindo o mais rápido possível dali.

Esse cara me da medo, mas não vou deixar que fique me humilhando.

De valentões na minha vida já basta Draco.

Corri de volta à minha sala e fiquei esperando o intervalo acabar.
Não quero ter que me encontrar com aquele cara novamente.