Blinding Lights

6. Lost In the Wild

Lost In the Wild – Walk the Moon.

Boa leitura ❤️

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

— Assustado, Draco?

O loiro ouviu o murmúrio malicioso de Harry ao pé de seu ouvido. Ele sentia o corpo do moreno colado nas suas costas, o calor que desprendia da pele dele enviava arrepios involuntários por todo seu corpo. Sentia as mãos quentes apoiadas firmemente em seus ombros e não teve coragem de olhar para trás. A voz estava entalada na garganta, o corpo tenso e congelado.

— Não mesmo — ele finalmente respondeu, forçando sua voz a soar firme.

Porque é claro que ele estava assustado.

Encarava a água turva vários metros abaixo dele, as mãos segurando quase que dolorosamente a corda grossa amarrada na árvore acima. Sentia o coração ameaçando sair correndo, espelhando sua maior vontade naquele momento. Mas Harry o prendia no lugar, sorrindo arteiro às suas costas.

— Se não está assustado, então pula.

— Harry... — ele choramingou.

— Se você não pular, eu te empurro.

— Você não faria isso!

— Ah, eu faria sim.

E como que para comprovar suas palavras, Harry começou a empurrá-lo lentamente para a borda da pedra lisa onde eles estavam parados já fazia bem meia hora, porque o loiro simplesmente achava que o outro estava maluco se cogitava a hipótese de que ele iria pular dali de cima, hunf!

Draco arfou, sentindo o pânico mordendo seu estômago ao ser empurrado para a borda e tentou fincar os pés no chão, mas o lodo era escorregadio demais para que obtivesse algum sucesso.

— Não, não, não, não! Eu pulo sozinho! Eu pulo sozinho!

Ouviu Harry gargalhar e fechou a expressão, querendo ele mesmo empurrar o moreno no lago abaixo deles, torcendo para que se afogasse. Então ele respirou fundo, dando alguns passos para trás, ainda sentindo Harry atrás dele, como que para assegurar que ele não fugisse.

E então tomou impulso, correndo alguns passos curtos até a borda da pedra e se lançou, pendurado na corda.

Quando suas mãos a soltaram sem que desse permissão, ele gritou. Se sentiu em queda livre e, pelos três segundos mais longos de sua vida, agitou as pernas e os braços no ar ouvindo seu próprio grito soando alto em seus ouvidos, com as gargalhadas elétricas de Harry no fundo.

Então a água gelada o abocanhou.

Ele lutou para voltar à superfície e inspirou o ar de forma necessitada, se surpreendendo quando a euforia em seu peito explodiu para fora em uma risada de deleite.

— Sai de baixo! — Harry gritou, metros acima.

E ele olhou para cima a tempo de ver o moreno saltando da pedra, sem nem ligar para a corda, afundando ao lado dele instantes depois e espirrando água para todos os lados.

Depois do choque inicial de instantes mais cedo, quando Harry havia lhe dito para tirar as roupas e ele quase desfalecera ali mesmo, o moreno explicou entre risadas que o chalé ficava perto de uma enorme cachoeira e um lago bonito onde eles poderiam se refrescar naquele dia escaldante de verão.

E realmente era muito bonito. A queda d’água caía imponente e graciosa no lago de águas turvas e frescas, levantando uma névoa de umidade e produzindo um pequeno arco-íris. O barulho gostoso da água caindo embalava toda a área ao redor deles.