15. Unsteady

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Unsteady – X Ambassadors.

⚠️Atenção: esse capítulo contém cenas fortes de violência e podem conter gatilhos⚠️

Boa leitura

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O moreno voltou à sua postura de acanhamento, mas respirou fundo. Então encarou Draco com olhos determinados e deu um passo a frente, agora poucos centímetros o separando do loiro.

— Ei, Draco...

Mas qualquer coisa que ele estivesse pensando em dizer foi brutalmente cortada com o som alto de pneus derrapando e um motor velho rugindo. Draco olhou para a rua, de onde vinha a origem do som, e seu cérebro ficou em branco durante milésimos de segundo antes que seu mundo ruísse.

Porque com um baque surdo e doloroso em seu peito ele reconheceu o pequeno furgão de entregas com a logo de um Hortifruti, que acelerava violentamente na direção deles. Reconheceu o braço peludo e cheio de tatuagens que se despontou para fora da janela aberta, bem como a pistola prateada que a mão segurava.

Sua respiração se prendeu na garganta enquanto suas pernas amoleciam e um pavor cru e furioso escalava sua espinha, deixando-o sem saber o que fazer.

Mas ele nem ao menos precisou pensar, porque seu corpo se moveu sozinho.

Em um movimento mais ágil do que pensou ser capaz de fazer, agarrou os ombros de Harry e o jogou no chão, caindo por cima dele enquanto o primeiro disparo soava e o projétil o atravessava o ombro, um grito de terror deixando sua garganta:

— Harry!

Ele sentiu a ardência no ombro enquanto ainda caía. Como em câmera lenta, abraçou o corpo do moreno, pondo uma das mãos na parte de trás da cabeça dele para que não a machucasse na queda. Eles caíram no chão quente com um baque alto, ao mesmo tempo em que mais disparos soavam. Draco sentiu outra ardência na lateral de sua coxa e fez uma careta, ouvindo as vidraças da biblioteca se estilhaçando acima de suas cabeças.

Manteve a mão segurando firmemente a cabeça de Harry, sua testa tocando a dele, tentando protegê-lo com o corpo o máximo que podia. Sentiu os cacos de vidro o cortando os braços e o pescoço, mas não ligou para isso.

Todo o momento pareceu durar uma eternidade.

Cada disparo soava ensurdecedor, cortando cruelmente a calmaria daquele fim de tarde, do dia incrível que Draco teve com o moreno. Ele se encolhia em si mesmo, a garganta fechada e o coração doendo tanto que pensou que havia levado um tiro ali também. Ele não teve tempo para se sentir em choque, porque soube imediatamente o que aquele ataque significava, e isso o aterrorizou em níveis inimagináveis.

Quando os disparos cessaram e o som de pneus derrapando ficou mais distante, ele finalmente abriu os olhos. Resfolegava, trêmulo, e afastou sua testa da do moreno para poder olhar seu rosto. Harry abriu os olhos e Draco viu choque neles, viu medo entremeado nas nuances esmeraldas dos orbes bonitos por trás das lentes.

— Você... — ele tentou, mas a voz falhou. Fechou os olhos e respirou fundo, sentindo uma imensa vontade de chorar o esmagando. — Você está bem, Harry?

O moreno abriu a boca, mas nenhum som saiu; ele parecia não saber o que dizer. Draco tentou se afastar novamente, mas sentiu uma pontada dolorosa no ombro e grunhiu, ao mesmo tempo em que percebia que as mãos de Harry o seguravam pela cintura fortemente, o suficiente para deixar as marcas dos dedos.

Mas seu som de dor pareceu acordá-lo, pois rapidamente piscou e diminuiu o aperto em sua cintura, deixando que se afastasse. Draco se apoiou no braço bom e fez o melhor que pôde para se levantar, acabando por ficar sentado nas coxas do moreno.

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