Olá olá! Peguem uma xícara de chocolate quente e vamos a mais um capítulo.
A música de hoje é Hymn for the Weekend – Coldplay ft. Beyoncé.
Todas são músicas que acho que se encaixam no capítulo de alguma forma, ou que eu usei como inspiração para escrever. Espero que gostem.
Boa leitura ❤️
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Naquela noite, Draco Malfoy estava encolhido em sua cama, cercado por uma dezena de travesseiros macios forrados com seda. Estava quietinho, enrolado em si mesmo em uma pequena bolinha confusa e perdida. Deitado de lado, com os olhos azuis acinzentados encarando sem ver a lua minguante em meio àquele céu estrelado, ele tentava acalmar seus pensamentos conflituosos.
A brisa noturna passeava sem pressa alguma pelas cortinas leves, fazendo com que balançassem preguiçosamente. Os único som que ele conseguia escutar era o de sua respiração ritmada e baixinha. Também havia uma suave melodia tocando de muito longe, as notas sendo trazidas pelo vento até ele.
Naquele momento, o silêncio era mais que bem vindo.
As estrelas estavam brilhando mais fortes aquela noite ou seria apenas a sua imaginação lhe pregando peças?
Ele encarou a mão direita, deitada displicente bem em frente a seu rosto. A mesma mão que havia tocado na de Harry horas mais cedo. Ele ainda podia senti-la formigando quase imperceptivelmente.
Tocou em sua palma com o polegar esquerdo, deslizando o dedo devagarinho.
E, contrastando de forma quase cômica com toda aquela cena de calmaria do lado de fora, seu interior estava mergulhado em completo caos e desordem. Ele fechou os olhos, respirando fundo, tentando entender seus sentimentos em meio a cacofonia que sua mente havia se tornado.
Draco sentiu que só poderia ter alguma coisa de muito errada com ele. Talvez, ele pensou, a crise de tosse mais cedo tenha queimado alguns dos seus neurônios. Ou então a quentura de seu rosto envergonhado o tenha feito. Porque ele sentia como se houvessem três de si mesmo dentro da própria cabeça, cada um deles destoando completamente do outro.
O primeiro era um Draco cético e racional. Era a parte sistemática e crítica de sua personalidade, que julgava-o por ter se comportado de forma tão indigna na frente de Harry, reclamando em voz fria e desdenhosa sobre as reações incomuns que seu corpo teve ante a presença e os sorrisos do moreno. Ele também tentava incansavelmente encontrar uma resposta lógica para tudo isso, mas ainda não obteve sucesso.
O segundo Draco era o lado mais escondido de sua personalidade, aquele que de certa forma era mais sonhador e até mesmo doce. Não chegava exatamente a ser amável e carinhoso, mas era muito mais caloroso e manso que o primeiro. Ele estava relembrando todos os pequenos instantes na biblioteca. Como a maneira que os olhos de Harry são flamejantes e incrivelmente verdes, como o sorriso é bonito e como a pele dourada possui um cheiro inebriante, que ele só percebeu quando se viu privado do perfume dela.
O terceiro Draco parecia ser o traço mais escondido ainda, o traço de histeria. E o loiro chegou a essa conclusão porque ele não estava falando nada, apenas tinha ambas as mãos segurando os cabelos e gritava, um som longo e agudo de puro desespero, sendo prontamente ignorado.
O loiro se sentia exausto. Exausto e dividido. Ele quis rir. Rir de si mesmo, de como estava soando patético. Tentou acalmar a balbúrdia de sua mente, calando todos os seus pensamentos sobre Harry para tentar pensar direito.
Ora, afinal, que coisa mais estúpida. Ele, o herdeiro Malfoy, abalado por um mero sorriso!
Que vergonha, cuspiu com desprezo o primeiro Draco.
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Blinding Lights
Fanfiction{DRARRY} Onde Draco Malfoy apenas quer uma nova paleta de cores em sua vida cinzenta. Ou Onde Harry Potter é o arco-íris e as luzes cegantes da cidade à noite. Fanfic inspirada na música Blinding Lights - The Weeknd Plágio é crime.