16. Take on Me

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Take on Me – a-ha. Versão acústica MTV Unplugged. Tocou no filme Deadpool 2.

Boa leitura ❤️

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— Harry?

O chamado de Draco foi incerto, porque a figura que estava de pé à sua frente estava vestida como um perfeito policial de Operações Especiais. Vestido em preto da cabeça aos pés, com coturnos de cano alto firmemente amarrados em calças de estilo militar, um colete à prova de balas cobrindo o peito envolto por um grosso casaco e luvas cobrindo as mãos. Em sua cabeça uma touca escondia grande parte de seu rosto, seguida por um capacete certamente pesado e muito bem preso. Mas a touca revelava seus olhos, e Draco jamais confundiria aquela cor única de jade e esmeralda flamejante e iridescente.

Os olhos de Harry sorriram para ele em reconhecimento e o coração do loiro, que já estava acelerado, pulou algumas batidas frenéticas em seu peito. Ele simplesmente não conseguia acreditar no que estava vendo. Só poderia ser um sonho; sim, certamente um de seus sonhos desesperados por ajuda e carregados de saudade. Porque simplesmente não era possível que sua casa tivesse se transformado em um pandemônio e que de repente o garoto que povoava seus pensamentos estivesse de pé no meio do seu quarto, no covil da cobra, vestido como a SWAT e com a droga um helicóptero em sua janela. Toda a situação era tão absurda que seus pensamentos se atropelavam uns nos outros e ele não soube o que dizer, permanecendo parado em choque no meio de sua cama pelos segundos mais longos de sua vida.

Então Harry, sem perder mais tempo, tomou impulso e correu os poucos passos que ainda o distanciavam de Draco, o envolvendo em um abraço forte e necessitado, se agarrando à leve peça de roupa que cobria o corpo trêmulo do loiro. E foi prontamente correspondido, pois Draco se agarrou ao uniforme preto como se não se vissem há anos; o que, na realidade, era como ambos se sentiam. Draco sentiu o ombro latejar pelo contato brusco, mas não se importou nem um pouco; pelo contrário, apertou ainda mais o moreno em seus braços como se temesse que, se desfizesse o contato ou o afrouxasse sequer um centímetro, Harry se esvaneceria como fumaça diante de seus olhos mais uma vez.

Sentiu um caroço comprimindo sua garganta e lágrimas queimando os cantos de seus olhos ao enterrar o rosto na curva do pescoço do outro garoto. Se os olhos de Harry não houvessem sido suficientes para seu reconhecimento, seu cheiro certamente seria. Ele aspirou o aroma da pele quente e suada, deixando-o viajar para os cantos de seu corpo, acalmando seus músculos e suas preocupações.

— Harry... Você... Você está mesmo aqui? — perguntou em um sussurro débil e trêmulo.

— Estou aqui, Draco — garantiu ele, também sussurrando, e Draco afundou ainda mais o nariz em seu pescoço quente. As perguntas que queria fazer se perdiam em sua garganta, querendo sair, mas Harry se afastou do abraço e começou a puxá-lo pela mão. — Vem, você precisa vir comigo agora, nós não temos muito tempo.

— Espera... Harry, o que você...?

— Estou resgatando você — bradou ele, e mesmo por baixo da máscara preta Draco pôde perceber que ele estava sorrindo aquele sorriso de covinhas que fazia o coração do loiro errar algumas batidas. — Vou explicar tudo depois, mas você precisa vir comigo agora, rápido.

E Draco levantou depressa, tomando cuidado para não forçar demais a perna em recuperação, e se deixou levar pela mão de Harry na sua. Porém, mal deu dois passos antes de congelar no lugar, arregalando os olhos e soltando a mão do moreno com força.

— Não posso... — ele murmurou baixinho, a dor nítida em sua voz. Seu rosto se contorceu e ele deu um passo hesitante para trás.

— O quê? Draco...

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