Blinding Lights

11. Saturn

Saturn – Sleeping at Last.

Boa leitura ❤️

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Eles já estavam andando faziam alguns bons minutos.

Harry caminhava na frente, mostrando o caminho, e tagarelava sem parar algumas curiosidades aleatórias sobre as plantas pelas quais passavam. Draco seguia logo atrás, quieto, observando a paisagem ao redor deles com os olhos metálicos curiosos e atentos.

Estavam em uma trilha no meio de uma mata densa e fechada. Árvores e mais árvores se estendiam a perder de vista em qualquer direção que ele olhasse. Às vezes, um lampejo colorido de alguma flor ou planta diferente captava sua visão, mas de uma maneira geral havia apenas os variados tons de verde das árvores e arbustos.

Nenhum deles como o tom único de verde esmeralda dos olhos de Harry, é claro...

A quietude da floresta o acalmava; o sussurro suave do vento balançando as folhas acima de sua cabeça, o canto aleatório de algum pássaro silvestre, o guincho baixo de algum animalzinho. Ele suspirou profundamente, sentindo o ar muito mais limpo e fresco do que o da cidade. Seus passos quebrando os galhos caídos soavam suaves, rítmicos, e ele simplesmente não fazia ideia de onde estava ou para onde estavam indo.

Draco teve certeza de que, se o moreno o deixasse ali sozinho, ele jamais encontraria o caminho de volta.

Pareciam estar longe de qualquer civilização, tanto para frente quanto para trás.

Harry continuou seu monólogo, tentando puxar assunto com ele, mas Draco seguiu quieto. Não sentia muita vontade de falar, mesmo que fosse com o moreno. Apesar de Harry tê-lo tratado com tanto carinho e gentileza, as palavras cruéis que Lucius dissera no dia anterior o fizeram ter pesadelos terríveis durante a noite e, desde que acordara assustado e trêmulo poucas horas mais cedo, ele não tinha dito uma só palavra.

Harry parecia compreender tudo isso sem que ele precisasse verbalizar, então não se abalava e continuava falando. Tratava-o normalmente, como se estivessem no meio de uma de suas intermináveis conversas acaloradas, e Draco internamente agradecia por isso.

— Olhe só, Draco! — ele bradava de tempos em tempos. — Aquela ali é uma árvore muito especial, sabia?

Draco olhou para onde ele apontava, tentando distinguir exatamente qual era a árvore especial, porque para ele elas simplesmente eram todas iguais. Então ergueu uma sobrancelha para o moreno, que riu e se afastou alguns passos na direção que havia apontado. Tocou no tronco esguio e alongado de uma árvore próxima, fazendo um suave carinho na madeira clara.

— Essa daqui é uma das 128 espécies de Acer conhecidas. Ela é prima da espécie de onde tiramos a seiva para fazer xarope de Bordo. Isso não é incrível?!

Draco sorriu para ele, divertido e encantado em como o moreno era inteligente o bastante para reconhecer e gentil o bastante para dar tratamento especial à árvore. Harry pareceu satisfeito de lhe arrancar um sorriso, e logo eles voltaram para a trilha, retomando a caminhada.

E mais alguns bons minutos se passaram antes que eles chegassem na entrada alta e pouco iluminada de uma caverna.

Draco estacou no lugar, encarando com olhos arregalados as estalactites gigantescas que despontavam do teto, inclinadas perigosamente na direção deles, bem acima de suas cabeças. Então encarou a imensidão escura alguns metros à frente, onde a luz precária do sol, filtrada pelas árvores, já não conseguia mais alcançar.

Ele apertou os dedos em volta da alça da mochila com os suprimentos e a lanterna, se sentindo muito burro por não ter feito a ligação antes.

Então encarou Harry, ainda com os olhos metálicos muito arregalados, e balançou a cabeça energicamente para os lados, sentindo o medo começando a descer por sua espinha. O que o moreno tinha na cabeça de querer enfiá-lo ali?!