Blinding Lights

7. Adore You

Adore You – Harry Styles.

Boa leitura ❤️

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— Ok, Harry! Já chega. Vamos, desembucha.

Harry Potter piscou, voltando ao presente.

Ele encarou a garota de olhos castanhos e cabelos cacheados e cheios à sua frente. Ela lhe envarava com uma sobrancelha arqueada, os braços cruzados no peito e um dos pés batendo impaciente no chão, fazendo um toc toc toc que ele não tinha percebido até o momento. Sua expressão para ele era de extrema curiosidade com uma pitada de impaciência. Harry a olhou sem entender.

— O que foi, Mione?

— Eu quero saber por que você está assim tão quieto faz tantos minutos, com esse sorriso largo e bobo no rosto.

— É, cara — Ron se intrometeu na conversa, o cenho franzido para o amigo. — Já está me dando medo.

Harry encolheu os ombros. Ele não tinha percebido que estava sorrindo.

Já havia anoitecido e ele tinha ido para a casa de Ron – que eles carinhosamente chamavam de Toca – depois do passeio com Draco. Ele estava relembrando todos os momentos que eles tiveram juntos naquele dia e sentia um calorzinho gostoso no peito ao pensar em como o loiro era alguém realmente fascinante.

Ele se lembrou do dia em que se conheceram, em seu segundo dia de trabalho na biblioteca. Na primeira vez que notou Draco ali sozinho, silencioso e distraído em seu puffe cor de grafite, ele pensou que o loiro parecia ser o tipo de pessoa antissocial e reclusa. Porque a maioria dos visitantes da biblioteca costumavam ficar reunidos na parte da frente, onde haviam mesas confortáveis para sentarem e os computadores para pesquisas.

Então por qual motivo aquele garoto se isolaria?

Harry sempre foi do tipo curioso. Que sempre queria desvendar enigmas e descobrir coisas novas por si próprio, às vezes até mesmo sendo meio intrometido. E, naquele momento, ele estava muito curioso acerca daquele menino quieto e de aparência tão tranquila, lendo um livro e tomando algo em sua pequena garrafinha de vidro, numa das áreas mais isoladas da biblioteca enorme.

Então ele se demorou mais do que o necessário para executar a tarefa que Madame Pince, a gentil bibliotecária, havia lhe ordenado a fazer. E permaneceu escondido nas sombras, sem fazer nenhum ruído, agradecendo o fato de o barulho da chuva estar alto o suficiente para abafar qualquer som que ele pudesse fazer.

Em dado momento, ele se sentiu esquisito de estar ali, parado no escuro encarando o garoto como se fosse um maníaco, mas nem mesmo isso o fez se mover. Observou-o suspirar, parecendo muito satisfeito, e virar a página que estava lendo. Tinha uma expressão compenetrada no rosto e parecia muito confortável. E Harry se surpreendeu com o tamanho da ânsia que sentiu de ir até lá e conversar com ele, de ouvi-lo falar sobre seu livro ou sobre qualquer coisa, só para que matasse sua curiosidade.

Então se surpreendeu ainda mais quando, sem seu prévio conhecimento, seu corpo se aproximou a passos silenciosos do garoto, se agachando ao lado dele. E por uma fração de segundo ele se perguntou o que estava fazendo, agora tão perto que dava para sentir o cheiro suave de flores que ele exalava e como sua pele era clara e sem nenhuma manchinha, quase tão clara quanto seus cabelos que pareciam tão sedosos e quase reluzentes na luz das velas, como fios de ouro branco.

Registrou tudo isso em menos de um segundo, enquanto sua mente trabalhava velozmente em uma desculpa para ter ido falar com ele e lhe chamou, tocando em seu ombro. E foi com um misto de divertimento e culpa que viu o garoto se engasgando com a bebida que estava tomando. Se desculpou, perguntando se ele estava bem.