Blinding Lights

13. Eletric Love

Eletric Love – BØRNS.

Boa leitura ❤️

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— Não.

E Draco bufou diante da negativa, encarando o moreno na sua frente com os olhos levemente arregalados e o cenho arqueado em pura descrença.

Harry lhe encarava de volta com o queixo levantado, em uma expressão de superioridade que ele reconheceu facilmente como sua. Estreitou os olhos metálicos para ele, mas o outro não desfez a feição debochada e nem desmanchou a pose resoluta, com os braços fortes cruzados no peito, os músculos saltando para fora da camisa cinza chumbo que o envolvia o corpo.

— Por que não, Harry? — ele perguntou pelo o que deveria ser a quinta vez em menos de dez minutos.

— Porque não — o moreno respondeu, inflexível.

— Isso não é resposta!

— É, sim.

Draco gemeu, irritado.

— Isso é algum tipo de vingança ridícula por conta das vezes em que eu relutei em te acompanhar para algum lugar?

— Não — ele fechou os olhos enquanto balançava a cabeça para o lado levemente, como se quisesse dar peso a sua negativa.

— É o que, então?

— Questão de princípios.

— Princípios? Que princípios?!

— Princípios de que sou eu quem sequestra, e não você.

Draco bufou de novo, fazendo uma careta de desprezo para ele, franzindo o nariz e curvando os cantos dos lábios para baixo.

— Você é muito cínico!

— Eu não sou cínico. Eu sou esperto — Harry finalmente desfez toda sua pose de ‘Draco’ para voltar a ser ele mesmo, com seus sorrisos brilhantes e suas mãos displicentes nos bolsos da bermuda cáqui.

Encarou divertido o loiro a sua frente, como se estivesse verdadeiramente se divertindo ao vê-lo tão emburrado.

— É hipócrita, então. Você está negando ser sequestrado por mim, quando eu já fui sequestrado diversas vezes por você. E, além disso, não confia em mim quando digo que vai gostar, mesmo que sempre me peça para confiar em você!

— O ingênuo aqui é você, não eu, Draco Só Draco — Harry provocou, sorrindo ladino, e Draco deixou o queixo desabafar com tamanha cara de pau que ele tinha.

O dia com Harry no sábado havia sido simplesmente demais para ele, em todos os sentidos possíveis da palavra. Jamais pensou, nem mesmo em seus mais insanos devaneios, que algum dia colocaria os pés dentro de uma caverna escura e úmida. Ele sentia pavor daquele tipo de aventura, não tinha estômago para aquelas coisas. Mas havia enfrentado tudo com o máximo de coragem que conseguira reunir – somando o fato de que a todo momento teve a palma de Harry esquentando a sua e lhe passando a segurança de que precisava.

E, o mais incrível de tudo isso, é que ele não estava nem um pouco arrependido.

Como poderia, afinal? Como poderia se arrepender de ter presenciado aquele milagre, aquela vista arrebatadora que estava escondida sob os narizes de tantas pessoas, alheias ao que as esperava a apenas alguns quilômetros de distância?

Havia sido, sem nenhuma sombra de dúvidas, uma das melhores experiências que ele já tinha tido em toda sua vida, mesmo depois de conhecer Harry. Este mesmo Harry que estava, nas próprias palavras do moreno, empenhado em apresentá-lo a todos os lugares incríveis que pudesse imaginar.