Britt
Eu só enxergava as luzes fortes dos carros e dos semáforos, nada mais me fazia entender o que estava acontecendo, todos meus pesadelos se tornando realidade enquanto eu tinha que ficar parada sem poder fazer nada pela pessoa que eu mais amava. Nos tínhamos recebido uma ligação a poucos minutos antes de entrarmos no carro do Ned que Peter havia sido internado no hospital mais próximo. Os médicos não queriam explicar o que estava acontecendo pelo telefone, e eu escutei meus amigos comentarem que quando isso acontecia era normalmente porque a situacao não era nem um pouco boa, mandei metade deles tomar no cu quando escutei aquilo, ninguém tinha o direito de esperar o pior e eu não ia deixar.
Shawn sentava do meu lado e tentava me deixar sóbria o mais rápido possível me entregando diversos copos de água e minha bexiga estava quase explodindo, mas eu já estava quase totalmente sóbria quer dizer existe maior remédio pra bebedeira do que saber que seu namorado foi parar no hospital? Principalmente quando ele é o Homem Aranha. Eu queria acreditar que Peter estava bem, que foi igual aquela noite que ele apareceu no meu quarto machucado, mas nós dois resolvemos aquilo e íamos resolver isso também. Mas o problema era que algo me parecia errado, era difícil de explicar, mas eu sentia que isso ia mudar para sempre o curso de nossas vidas, eu odiava esse sentimento e provavelmente foi uma das piores coisas que eu já senti.
Andamos até a sala de espera onde May me abraçou chorando e observando meu vestido rasgado, ela não sabia que Peter era o Homem Aranha, mas provavelmente a esse ponto alguém já tinha contado para ela eu podia ver nos seus olhos o mesmo medo que eu sentia. Ela me encarou e não soltou uma palavra, somente me encarou com os olhos tristes e eu nunca tinha visto May assim, ela era a imagem da felicidade e agora ela era puro luto.
- Você sabia? Quem ele era - Concordei com a cabeça - Deus... Por que ele não me contou Britt? Eu poderia ter o feito parar, eu poderia ter evitado tudo isso.
- Ele não queria parar - Falei no meio de um rio de lágrimas e soluços - Ele morreu?
- Querida... Ele não morreu... Mas ele também não está bem.
Peter estava vivo, isso era tudo que importava, eu abracei ela forte e sem parar de chorar agora meu peito estava mais leve, se tivesse qualquer chance de o salvar eu tinha que a pegar com tudo esse era o único jeito de ficar consciente. Ela me arrastou até essa sala com uma parede de vidro que dava visão para o quarto, eram paredes de azulejo branco e bolsas de sangue saiam do pacote e iam até o corpo enfiado na cama. Eu o encarei fundo, seus olhos fechados e seu corpo completamente cheio de curativos grossos que mesmo assim não seguravam todo o sangue, eu ainda podia ver as manchas vermelhas atravessando o esparadrapo e fazendo o sangue escapar.
Seu rosto era a única coisa quase intacta tirando pelos leves cortes, mas o resto do seu corpo não havia uma parte onde curativos não o cobriam. Ele parecia tão calmo, seu rosto era o mesmo que eu tinha visto a menos de uma hora atrás, que eu tinha beijado a pouco tempo, o mesmo rosto que tinha falado que me amava. Eu me encolhi para dentro e me soltei o corpo, não sabia como eu não caí no chão e não ligava quem estava me segurando forte eu só queria me derreter na minha própria poça de choro e estar com Peter, agarrei o braço de quem aparentemente era Jules e eu senti ela me abraçar mais forte. Levantei e caminhei olhando para os meus amigos, todos eles pareciam querer me abraçar como se Parker já tivesse recebido uma sentença de morte e eles precisavam cuidar da namorado do falecido, mas não era bem assim, ele ainda estava vivo e ninguém parecia ligar, ele estava bem ali respirando e as pessoas o tratavam como morto.
- Façam alguma coisa! Olhem pra ele! Ele tá respirando, por favor?! Vocês são um bando de otarios ele é a pessoa mais especial que vocês vão conhecer e mesmo assim vocês não ligam? Não era o trabalho de vocês salvar a vida? Então tome! Aqui salvem a vida dele - Falei batendo no peito do médico principal que chamou dois dos meus amigos para me segurar - Por favor! Eu imploro!
- A gente vai levar ela lá para fora - Alguém disse e foi muito rápido até me carregarem e me colocarem gentilmente no banco do lado do hospital - Britt, você precisa analisar a situação - Ned falou.
- Que situação Ned? Que a única pessoa que eu já amei e que eu me importo pode nunca mais acordar? Não, eu não vou analisar a situação.
Todos eles sentaram ali mesmo no chão enquanto eu chorava. A sensação de agonia era terrível e consumia meu corpo eu já não sabia como era respirar sem sentir meu corpo todo falhando, eu estava tendo uma crise de ansiedade. A última coisa que eu tinha falado pra ele era pra me deixar sozinha pra me deixar ir embora, eu nunca deveria ter falado isso, e se Peter perdeu a batalha porque achou que eu não estaria esperando por ele na volta? Eu sempre esperaria por Peter Parker porque todos que colocassem os olhos em nós iriam entender, ele era meu fio vermelho, minha alma gêmea sendo que eu nem acreditava nessa baboseira de filme, mas ele me fez acreditar, me fez acreditar que eu merecia ser amada ao máximo por alguém que valia a pena, alguém tão incrível como ele. E eu lamento cada segundo que eu o duvidei pois ele sempre me colocou em primeiro lugar e aqui estava eu o observando perder sua vida sem poder fazer nada.
Era impossível amar alguém tanto quanto eu amava ele, era impossível sentir seu coração queimar de amor toda vez que ele falava meu nome e toda vez que ele respirava perto de mim meu corpo entrava em choque. Nos nunca íamos poder realizar nossos sonhos e isso partia meu coração, uma vida sem ele parecia não existir e eu agora ia ter que aceitar isso, o amar sem poder o ter comigo, era isso que mais me quebrava e eu sentia como se tudo fosse minha culpa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
To the end of the line
FanficPeter Parker sempre foi um adolescente normal, bom, se você chama escalar paredes e atirar teias igual uma aranha de normal, então sim, ele era normal. Ele porém sempre manteve sua vida de adolescente básico com estudos, amigos, bebidas, e uma paixã...